Por Vitor Silveira
Ao me deparar
com o ídolo do Palmeiras, Marcos, fiquei impressionado. Sua maneira de
caminhar, seu olhar e seus modos me chamaram a atenção. O andar de Marcos
Roberto Silveira Reis, ou para os íntimos, Marcão, era como se ao invés de
pisar em uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo - Av. Paulista, ele
estivesse pisando entre uma e outra espiga de milho nas pequenas plantações de
seu pai, lá em Oriente, município do interior de São Paulo, onde viveu boa
parte da infância.
Entre um momento e outro no percurso
até o prédio da Rádio Jovem Pan, onde faria uma participação, um cigarro era
tragado. Segundo "São Marcos" - apelido criado pela torcida devido
aos "milagres operados" em campo na época de goleiro -, o cigarro o
tranquilizava e acalmava os nervos. Cada tragada o fazia lembrar da vida no
interior e o fazia voltar às suas raízes, quando fumava o velho cigarrinho de
palha e seu nome, pelo menos para sua mãe, era Marquinhos.
Marcos achava que não teria problema
algum andar cerca de 600 metros na Av. Paulista. Que nem seria reconhecido. Mas
não foi o que aconteceu. Um dos maiores nomes da história do Palmeiras parece
não conhecer a grandeza que tem, o quão é reconhecido e a gratidão que o povo
brasileiro sente por ele. Afinal, com a seleção brasileira, ele conquistou a
Copa América de 1999, a Copa das Confederações em 2005, e, um de seus maiores
feitos: trouxe o pentacampeonato mundial na Copa do Mundo em 2002.
A cada passo um autógrafo, um
abraço, uma foto. Marcos não se importava. Pelo contrário, atendeu cada pessoa
como se fosse um velho amigo lá da pequena Oriente. Ao ser solicitado para se
apressar para não chegar atrasado ao programa da rádio, Marcos afirmou
convicto, "Uai, nós já vamos chegar a cinco minutos do horário combinado
mesmo. Deixa eu terminar de dar esse autógrafo e nós vamos”.
E assim foi mais um dia da nova vida
do mito “São Marcos”. Sua aposentadoria no Palmeiras foi apenas nos gramados.
Hoje sua vida é bem mais corrida entre entrevistas, fotos, visitas e, seu novo
cargo como, embaixador do seu clube do coração, Sociedade Esportiva Palmeiras.