Doenças modernas têm alto índice no Brasil

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estudos recentes comprovam como problemas mentais roubam dias de vida dos brasileiros

Por Marco Oliveira

Síndrome do pânico cresce entre jovens.
(Banco de Imagens)
Doenças psiquiátricas são apontadas como as maiores vilãs na perda dos anos de vida dos brasileiros segundo pesquisa divulgada pelo periódico médico Lancet Journal. Os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país. Os cálculos apresentados mostram que estes problemas foram responsáveis por 19% dos anos perdidos. Na ordem, temos a depressão, psicose e a dependência de álcool como destaques da lista. Segundo a pesquisa, o envelhecimento da população e as mudanças no modo de vida contribuíram para o aparecimento destes transtornos.

As doenças cardiovasculares ficaram em segundo lugar; câncer de mama, hipertensão e diabetes são os emergentes na lista divulgada pela série de estudos apresentada no periódico. Essas novas patologias também estão diretamente ligadas aos novos padrões de consumo alimentar. O dado positivo é que as doenças respiratórias caíram como responsáveis pela mortalidade.

Dentre outros dados, os estudos apontam que 18% a 30% dos brasileiros apresentam em algum período da vida, sintomas de depressão. Somente em São Paulo, no período entre 2004 e 2007, a depressão atingiu 10% dos indivíduos na fase adulta.

Os transtornos de ansiedade e a chamada síndrome do pânico estão em destaque entre as autoridades de saúde, atualmente. Doenças que antes não preocupavam, e popularmente eram tratadas com ironia, hoje são vistas com mais seriedade tanto pela comunidade médica, quanto pelo cidadão comum.

Medicamento é a Solução?

Tratamentos e modos de prevenção estão sendo amplamente discutidos. A conclusão comum, entre todos os envolvidos, é que o ritmo de vida atual nos leva consequentemente ao aumento considerável de doenças mentais. A psicóloga Rossana Bergamasco declara que: “Remédio não resolve o problema”. O paciente deve ter acompanhamento psicológico de um profissional experiente que possa dar o devido suporte e orientação. A doutora ainda diz que: “A maior dificuldade se dá pelo fato de o paciente procurar ajuda somente quando está num estágio avançado, exatamente quando o quadro se encontra nos graus mais avançados de ansiedade."
Segundo a especialista, a sociedade médica resolveria tudo com medicamentos. “A área médica é muito egoísta, para eles tudo é remédio”, afirma. Porém, aconselha-se que sejam feitas duas sessões por semana, o que aumenta os custos do tratamento.

A dona de casa Sofia Doralice Cardoso, de 59 anos, teve diversas crises de ansiedade e hoje encontrou como solução: acupuntura. Relatou que após ter um princípio de AVC, se sentia mais nervosa diante de situações que antes eram encaradas com tranquilidade. Sofia conta que certa vez teve que ser acompanhada até em casa, por uma funcionária de seu salão de beleza, pois pavor de pensar em retornar sozinha.

Após ter acompanhamento psicológico e aderir à acupuntura, Sofia declara estar livre dos sintomas da síndrome do pânico. Entretanto, ainda evita locais desconfortáveis e com aglomeração de pessoas, como por exemplo, o metrô em horários de pico ou shows com grande público.

Os casos de crise de ansiedade têm sido diagnosticados, cada vez mais, em jovens e adolescentes. Uma jovem professora, de 26 anos, que pediu para não ser identificada, passou por uma situação complicada no trânsito de São Paulo. Em um cruzamento da zona norte da cidade, ela se deparou com algumas crianças correndo ao redor de seu carro, enquanto estava parada aguardando o semáforo.

A professora diz que teve a sensação de que iria ser assaltada e rapidamente fechou os vidros e ligou chorando para o seu marido que conseguiu acalmá-la.

Depressão, crises de ansiedade, síndrome do pânico e outras doenças psiquiátricas eram vistas como estado de espírito ou uma escolha. Hoje grande parte de população já compreende tais patologias.


CURIOSIDADE

Um novo estudo divulgado pelo Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, revelou que idosos que continuam a desfrutar da bebida alcoólica são menos propensos a desenvolver demência e Alzheimer. 

Segundo o jornal britânico Daily Mail, pesquisadores descobriram que idosos que bebem uma quantidade moderada de álcool possuem 30% menos probabilidade de desenvolver demência e 40% menos chances de sofrer de Alzheimer do que aqueles que não consomem esse tipo de bebida.

Os cientistas pesquisaram idosos, com 75 anos ou mais, que gostam de beber uma cerveja por dia ou um copo de vinho. A equipe do instituto estudou mais de 3.000 pessoas nessa idade – elas estavam livres de demência no começo do estudo. Os pacientes foram examinados duas vezes a cada 18 meses. 

De acordo com um dos professores responsáveis pela pesquisa, Siegfried Weyerer, 217 idosos apresentaram sintomas de demência no decorrer do estudo. 

Aqueles que consumiam álcool tinham cerca de 30% menos de demência e 40% menos de Alzheimer do que os idosos que não consumiam nada. 

Segundo os pesquisadores, não foram observadas diferenças significativas de acordo com o tipo de bebida alcoólica consumida. 

Nos últimos 31 anos, a associação entre o consumo moderado de álcool e a função cognitiva foi investigada em 71 estudos envolvendo 153.856 homens e mulheres de várias locais com diferentes padrões de consumo. 

Segundo o médico Harvey Finkel, do Centro Médico da Universidade de Boston, "A idade não é razão para abstinência". É preciso lidar com pessoas idosas viciadas no álcool com mais responsabilidade do que com os jovens. Mas eles podem tirar mais benefícios para a saúde do consumo moderado do álcool.

1 comentários:

Anônimo disse...

muito boa pesquisa me ajudou muito , obrigado

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