Os sintomas da falciforme podem trazer graves consequências para o seu portador, inclusive leucemia (câncer no sangue).
Por Bruna Amorim e Jessica Arena
Presidende da associação comemora 100 anos de diagnóstico de anemia falciforme. (Foto por Jessica Arena) |
Pesquisa divulgada pelo
Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) aponta que cerca de 25% das
crianças não sobrevivem até os 5 anos de idade, devido à anemia falciforme, se
não tiverem acompanhamento médico adequado. A maior parte dos brasileiros pode
apresentar anemia em decorrência da falta de ferro, vitamina B12 ou ácido
fólico no organismo.
A anemia é uma doença de
consequência sanguínea em que a hemoglobina, responsável pelo transporte de
oxigênio dos pulmões na nutrição das células do organismo, sofre deficiência de
concentração, tornando esse elemento do sangue insuficiente. Segundo o
hematologista Marcos Benjamim, a doença se manifesta de formas distintas. “A
falciforme é uma anemia hereditária e costuma atingir pessoas negras. Em outros
países, essa doença não se manifesta em brancos, apenas em negros, pois tem
origem africana. Já no Brasil, devido à mistura intensa de raças, pode ser
encontrada em qualquer um, independente de sua cor (parda, branca ou amarela)”,
afirma o médico.
Benjamim afirma que o
paciente diagnosticado com a anemia deve procurar ajuda médica especializada.
“Os pacientes devem ter acompanhamento vitalício por profissionais treinados no
tratamento da anemia falciforme para identificar rapidamente o nível de
gravidade da doença, tratando adequadamente as crises e praticando medidas para
sua prevenção”, orienta.
Em certos casos, algumas
mães procuram o primeiro tratamento para os filhos que acabam sendo
diagnosticados com uma anemia comum e as crianças continuam apresentando os
sinais negativos da doença. Este foi o caso da dona de casa Luciana Silva, mãe
de Ryan. “Quando olhei para o meu filho e notei manchas amarelas nos braços,
além de reclamar das dores no corpo, comecei a perceber que o tratamento
oferecido não estava funcionando. Conversei com outras mães que me alertaram
sobre os sintomas da anemia falciforme. Foi o momento que resolvi procurar um
especialista”, menciona a mãe.
Com o objetivo de ajudar
mães que se sentem carentes de um apoio especializado para o tratamento de seus
filhos, a Associação de Anemia Falciforme do estado de São Paulo (AAFESP)
localizada no bairro de Patriarca, em São Paulo, se prontifica a divulgar e
explicar as formas de tratamentos, possibilitando cursos de capacitação para as
famílias. "Tivemos pacientes que chegaram a óbito por ignorância de
médicos de postos de saúde e mães que não trataram da doença", desabafa
Silmara Assumpção, presidente da AAFESP.
A associação conta com a
ajuda de 15 voluntários, sendo que um deles reúne mais alguns amigos para
juntarem uma quantia de dinheiro, somando também com outras poucas famílias que
ajudam mensalmente.
"Ainda há muito a ser
construído, mas temos consciência que, em dez anos de atuação, fizemos uma
jornada produtiva", comenta em seu site Dra. Berenice Assumpção,
presidente fundadora que foi convidada a trabalhar no Ministério da Saúde na
Coordenação do Sangue em 2005.
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