Os manifestos foram
realizados durante a última semana e têm como objetivo o fim da dívida dos
pequenos trabalhadores rurais
Por Renata Asp e Mariana Barbosa
Entre os dias 22 e 26 de agosto, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) realizou ações em 22 estados além do Distrito Federal com o intuito de despertar a atenção do governo a questões ligadas à reforma agrária.
O Movimento exige das
autoridades uma resposta em relação à absolvição da dívida dos pequenos
agricultores, avaliada em cerca de R$30 bilhões, além do assentamento de mil
famílias e o fim previsão de cortes nos investimentos em reforma agrária no
Brasil em 2012. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária), para o próximo ano, esse valor será reduzido de R$530 para R$465
milhões.
Na quarta-feira (24),
representantes do MST se reuniram em Brasília com os ministros Afonso Florence,
do Desenvolvimento Agrário, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil e, segundo
porta-vozes oficiais do governo, as propostas serão levadas à presidenta Dilma
Rousseff pelo Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da
República, por quem serão analisadas.
Enquanto a reunião era
realizada, cerca de 20 mil pessoas estavam em passeata frente ao Planalto,
ocupando toda a extensão da Esplanada dos Ministérios, visando atrair a atenção
da mídia e interesse público à causa. O manifesto era formado por, além de
integrantes do próprio MST, membros do Movimento Estudantil e da Via Campesina,
organização internacional de camponeses.
Segundo a pedagoga Lêda
Santos, especialista em Movimentos Sociais, durante a história do país, os
movimentos sociais têm papel essencial na transformação do meio. “São através
dessas lutas, que vêm de uma maioria subjulgada, que a população consegue, aos
poucos, ir garantindo seus direitos na sociedade, modificando os sistemas
hierárquicos do Estado e garantindo a modificação de sistemas já tidos como
tradicionais dentro daquele contexto”, afirma.
De acordo com o coordenador do MST, Valdir Misnerovicz,
serão ainda realizadas mobilizações em mais 20 cidades, e as marchas não serão
interrompidas até o governo posicionar-se oficialmente sobre os temas.
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