MST realiza ações simultâneas para garantir direitos dos agricultores

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Os manifestos foram realizados durante a última semana e têm como objetivo o fim da dívida dos pequenos trabalhadores rurais


Por Renata Asp e Mariana Barbosa


Entre os dias 22 e 26 de agosto, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) realizou ações em 22 estados além do Distrito Federal com o intuito de despertar a atenção do governo a questões ligadas à reforma agrária.

O Movimento exige das autoridades uma resposta em relação à absolvição da dívida dos pequenos agricultores, avaliada em cerca de R$30 bilhões, além do assentamento de mil famílias e o fim previsão de cortes nos investimentos em reforma agrária no Brasil em 2012. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para o próximo ano, esse valor será reduzido de R$530 para R$465 milhões.
Na quarta-feira (24), representantes do MST se reuniram em Brasília com os ministros Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil e, segundo porta-vozes oficiais do governo, as propostas serão levadas à presidenta Dilma Rousseff pelo Ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, por quem serão analisadas.
Enquanto a reunião era realizada, cerca de 20 mil pessoas estavam em passeata frente ao Planalto, ocupando toda a extensão da Esplanada dos Ministérios, visando atrair a atenção da mídia e interesse público à causa. O manifesto era formado por, além de integrantes do próprio MST, membros do Movimento Estudantil e da Via Campesina, organização internacional de camponeses.
Segundo a pedagoga Lêda Santos, especialista em Movimentos Sociais, durante a história do país, os movimentos sociais têm papel essencial na transformação do meio. “São através dessas lutas, que vêm de uma maioria subjulgada, que a população consegue, aos poucos, ir garantindo seus direitos na sociedade, modificando os sistemas hierárquicos do Estado e garantindo a modificação de sistemas já tidos como tradicionais dentro daquele contexto”, afirma.
De acordo com o coordenador do MST, Valdir Misnerovicz, serão ainda realizadas mobilizações em mais 20 cidades, e as marchas não serão interrompidas até o governo posicionar-se oficialmente sobre os temas.

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