Ex-jogadores,
humoristas e cantores ganham notoriedade a partir da política
Por Caroline Féria e Rômulo Magalhães
Tiririca vai as ruas cumprimetar o povo após vitória nas eleições. (Divulgação) |
Francisco Everardo
Oliveira Silva, o Tiririca, um dos candidatos escolhidos pelo povo, quase teve
a candidatura recorrida sob acusação de analfabetismo e foi alvo de críticas de
outros candidatos à vaga. Com ar de deboche conquistou os 1, 350 milhões de
eleitores e satirizou a política brasileira com o slogan: “Vote no Tiririca.
Pior que tá não fica”.
“Eu votei nele por que estava cansado dos políticos atuais
que aí estão e para dar uma chance para um cara muito humilde que veio lá de
baixo, do nordeste, para ver se consegue fazer algo pelo povo, principalmente pela
sua cidade. E também sempre tive muita admiração por ele porque leva alegria ao
povo brasileiro”,
argumenta Humberto Alves, eleitor e ex-candidato a vereador de Guarulhos.
Enquanto algumas
pessoas acreditam que esses artistas realmente se candidatam por ter vocação
com a política e querer ajudar a população, há outras que discordam de famosos
na política porque alegam que eles se candidatam apenas para ganhar mais fama e
assim serem eleitos. “Essas pessoas
famosas só se elegem pela ignorância do povo que colocam esses espertos que
tiram proveito de algumas situações”, indagou Mauro Lança, eleitor.
Ainda há controversas
de que os partidos contratam essas pessoas para se candidatar pelo seu
popularismo e assim ter um alto índice de votos onde podem eleger outros
candidatos do mesmo partido por não ser tão populares assim.
Segundo a docente de
Jornalismo Político e Econômico da Universidade Cruzeiro do Sul, Profª Ms.
Regina Tavares de Menezes, um dos impactos mais importantes da mídia na
política é a personalização, “e por conta
disso, o processo político é apresentado cada vez mais como uma disputa entre
candidatos e não entre programas políticos. Ciente deste fato, muitos partidos
políticos têm apostado em cantores, atores e até jornalistas como novos
candidatos”, afirma.
“A estratégia empregada é clara, querem apostar
em alguém que tem domínio pleno dos bastidores da mídia. Querem apostar em
alguém com boa retórica, notoriedade, carisma e aceitação”, comenta a
professora Regina Tavares.
Após nove meses
no mandato, Tiririca, é titular da comissão de Educação e Cultura na câmara e
apresentou três projetos. Um deles é o que vem sendo chamado de Bolsa-Palhaço
que é o serviço de assistência social para profissionais de circo.
“Nem sempre ser famoso garante a compreensão
adequada do universo político e aí quem perde, inevitavelmente, é o cidadão. A
única alternativa é reforçarmos o senso crítico dos eleitores para que votos
não sejam desperdiçados”, conclui a professora Regina Tavares.
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