Por Tamiris Gomes e
Mariana Tavares
Daniel Reis, 28, é formado em Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul em 2004, pós-graduado em Política e Relações Internacionais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e hoje é produtor da Bonita Produções. Em sua entrevista ele nos conta sobre seu trabalho e sua visão sobre o mundo jornalístico:
Engajado em diversos projetos, Daniel preza muito pela qualidade da informação. (Acervo pessoal) |
Daniel Reis, 28, é formado em Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul em 2004, pós-graduado em Política e Relações Internacionais na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e hoje é produtor da Bonita Produções. Em sua entrevista ele nos conta sobre seu trabalho e sua visão sobre o mundo jornalístico:
Agência Radar Jornalístico - Qual a sua área de atuação? Conte-nos um pouco sobre o que você faz.
Daniel Reis: Durante a faculdade as coisas foram tomando os seus rumos. Hoje eu
estou como produtor na Bonita Produções, que trabalha com peças informativas
como documentários etc. Nós até estamos fazendo um documentário da Prefeitura
de São Paulo sobre a Zona Leste em parceria com a associação cultural Beato
José de Anchieta de São Miguel Paulista. É um projeto integrado a um
documentário com personagens fortes em nove bairros da Zona Leste. Tem algumas
coisas voltadas pra publicidade também, muitas questões multimídias, como
intervenções artísticas, feiras de arte... Tem projetos não só jornalísticos, mas
também educativos. Temos séries voltadas para a Física e Tecnologia.
ARJ - O que te impulsionou a cursar
Jornalismo?
DR: A liberdade. A questão de trabalhar na rua, de se movimentar, de não
estar no mesmo lugar. Existem várias facetas no Jornalismo. No Jornalismo de
redação você acaba não conseguindo nem sair de tanta matéria que você tem para
fazer. Mas o Jornalismo visual, que sai na rua para gravar, isso para mim é o
mais legal. Jornalismo sempre teve um cunho muito ideológico para mim. Apesar de
a minha formação ser em Jornalismo, eu me considero muito mais um comunicador
do que somente um jornalista. Eu faço algumas coisas que não são somente
jornalismo, acabo misturando linguagens etc. O Jornalismo é a minha base,
aprendi a forma de tratamento da informação e foi onde eu tive a base para
fazer uma boa entrevista.
ARJ - As suas expectativas a partir do
curso foram superadas?
DR: Sim, foram superadas. E justamente o meu TCC
foi sobre Assédio Moral em grandes Redações e por meio dele eu descobri um
mundo sobre o meu posicionamento. Depois de alguns anos escrevendo para alguns
locais, trabalhando em muitos projetos, em programas variados de TV, eu percebi
que a minha “pegada” era outra, algo mais solto, voltado à crítica e às artes,
não uma redação de jornal ou de televisão. Acabei ousando e deu certo.
ARJ - Qual a sua opinião a respeito da
não-obrigatoriedade do diploma do jornalista?
DR: É complicado. O que reflete para mim é que a
estrutura de curso de Jornalismo nunca é o suficiente, ele deve ser
complementado com alguma outra coisa. Isso funciona muito bem nos Estados
Unidos, você faz metade do curso de Jornalismo e depois faz a complementação em
uma especificidade. Faz com que você visualize o jornalismo de uma forma mais
ampla e o encare enquanto ciência. Porém, mais da metade das pessoas da mídia
não são jornalistas e existem algumas profissões que também tem faculdade e não
exigem o diploma. Muito mais do que a obrigatoriedade do diploma é hoje o
estilo da metodologia da informação. Não necessariamente depende da
obrigatoriedade, ou não para precisar fazer esses cursos. Assim como a
Administração, eu posso ser um administrador sem realizar o curso de
Administração, porém a base do curso vai me tornar um administrador muito
melhor. Eu vejo neste sentido. Senti-me super triste pela não-obrigatoriedade,
você pensa: “Como é que eu passei quatro anos estudando, será que esses anos
foram jogados no lixo?”. Chegou a este ponto porque as pessoas que conseguem se
inserir no mercado de trabalho não fazem jus ao diploma. Mais do que debater se
está certo ou não é procurar onde nós estamos errando.
ARJ - O que o curso te proporcionou foi o suficiente para estar bem preparado para o mercado de trabalho?
DR: Sim e foi muito importante que eu tivesse a pós-graduação também. Fiz
iniciação científica e outra grande oportunidade foi um programa da prefeitura
chamado Bolsa Empreendedor, em que eu e mais dois amigos criamos uma agência de
notícias voltada para a Zona Leste. Tudo isso foi possível por conta da
faculdade.
ARJ - O que é importante para se destacar e
se aperfeiçoar na profissão?
DR: O diferencial é disposição para trabalhar e muito respeito pela informação. A maior parte da galera cria um estereótipo, que é do jornalista só ter nome ou do jornalista bonitão. Essa nossa profissão mexe com o nosso ego mesmo. Cada vez que te elogiam, cada vez que você está na frente da TV e que te reconhecem ou quando você faz um trabalho que é exibido para 500 mil pessoas, cada ponto é um motivo para você ter seu ego inflado. Deve-se ter a informação como a matéria-prima principal do que você faz e não se deixar levar por isso, se não você se deixa em primeiro plano e coloca a informação em segundo, o que não funciona.
DR: O diferencial é disposição para trabalhar e muito respeito pela informação. A maior parte da galera cria um estereótipo, que é do jornalista só ter nome ou do jornalista bonitão. Essa nossa profissão mexe com o nosso ego mesmo. Cada vez que te elogiam, cada vez que você está na frente da TV e que te reconhecem ou quando você faz um trabalho que é exibido para 500 mil pessoas, cada ponto é um motivo para você ter seu ego inflado. Deve-se ter a informação como a matéria-prima principal do que você faz e não se deixar levar por isso, se não você se deixa em primeiro plano e coloca a informação em segundo, o que não funciona.
ARJ - Para você, o que de fato é ser
jornalista?
DR: É ter comprometimento com a verdade. Ser jornalista é ser um operário
da comunicação.
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