A oportunidade que mudou uma carreira

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Por Lucilene Oliveira
Fascinado pelo Jornalismo, Jayme Sampaio traça
novas metas para a total realização profissional.
(Arquivo Pessoal)


Jayme Sampaio, 26, graduou-se em Jornalismo pela Universidade Cruzeiro do Sul no ano de 2009 e atualmente atua na Produção de Conteúdo da Rádio Bandeirantes. O ex-aluno conta sua trajetória, os desafios e as conquistas da profissão, além de explanar sobre pontos relevantes para os futuros profissionais do Jornalismo.

Agência Radar Jornalístico - Há quanto tempo você trabalha na Band e qual a sua atuação na rede?
Jayme Sampaio: Entrei no grupo em setembro de 2010, como trainee. Era um contrato temporário, com duração de seis meses, e que me daria a oportunidade de conhecer todo o processo no grupo Bandeirantes. Isso foi fenomenal, pois no primeiro mês todos os 12 candidatos selecionados (eu, inclusive) passamos um mês em todas as áreas da emissora, desde a produção à área técnica. Nos cinco meses restantes, cada um foi para a área que havia escolhido, no meu caso, a Rádio Bandeirantes. Lá, fiquei como “faz-tudo” (fazia parte do processo de aprendizagem passar por todas as funções na rádio, desde o atendimento ao ouvinte até a reportagem, em vários horários diferentes). Nos próximos quatro meses dei sorte e fui convidado a preencher a vaga de uma produtora que foi para outra rádio e desde fevereiro sou Assistente de Conteúdo. Como aqui não se fica limitado a uma única função, eu produzo, edito e entrevisto fontes para gerar material. Além disso, sou responsável pelo Jornal de Amanhã, que vai ao ar entre 22h30 e 24h, e também do Bandeirantes a Caminho do Sol, veiculado durante a madrugada.

ARJ - Como foi a escolha pelo jornalismo?
JS: Sinceramente, não lembro. Sei que sempre fui melhor com palavras e pessoas. Cresci assistindo a programas como Globo Repórter e tinha fascínio pelos correspondentes internacionais. Também ouvia muito rádio, por influência de meu pai. Quando entrei na rádio, sabia de toda a programação e isso ajudou um pouco. Mas analisando bem, a escolha se deu por eliminação: era o que mais se aproximava do que eu queria. Durante a faculdade, conheci mais o universo da profissão e tive certeza de que havia tomado uma boa decisão.

ARJ - Cogitou a hipótese de exercer outra profissão? Em que momento surgiu a ideia?
JS: Sou formado como Técnico Gráfico. Até pensei em seguir a carreira do design ou mesmo de publicidade. Tenho problemas em tirar minhas ideias do papel e pensava que com essa formação talvez fosse mais fácil colocar isto em prática. Eu tinha uns 19 anos. Esperei clarear essa dúvida para entrar na Universidade e também quando pudesse pagar pelo curso, mas acabei me matriculando por impulso. Tinha 21 anos quando entrei. Agora, já formado, penso em ampliar o leque de formação, estudar produção textual ou Relações Públicas.

ARJ - Qual o papel do jornalista atualmente?
JS: Pelo que entendo – e este seria meu conceito – a responsabilidade do profissional é informar, educar, esclarecer, entreter e denunciar. 

ARJ - O que os veículos de comunicação esperam encontrar nos estudantes de jornalismo?
JS: Agilidade, disposição, senso de realidade, bom relacionamento interpessoal, conhecimento sobre o que acontece ao seu redor, transparência, ética, boas ideias, apuro estético, ambição, entrosamento, empatia e humildade. Ou seja, nada que qualquer outro setor ou área não exija também.

ARJ - Teve alguma dificuldade para se inserir no mercado de trabalho durante ou após a graduação?
JS: Sim, se não fosse o processo como trainee eu certamente ainda seria supervisor no SAC de uma companhia aérea. Como era eu quem bancava minha casa, não podia deixar os empregos que tive durante a graduação para fazer estágios, remunerados ou não. Isso limitou minha formação e conforme foi chegando mais perto de me formar, mais difícil era encontrar uma vaga em alguma empresa que me aceitasse com o currículo que eu tinha. A Bandeirantes é minha primeira empresa de comunicação.

ARJ - Sente-se realizado na profissão?
JS: Sim e não. Sei que ainda tenho um longo caminho a percorrer, que tenho que "pastar" muito até chegar onde quero, que vou ganhar mal e trabalhar muito por um bom período de anos, mas devo confessar que tenho orgulho de estar aqui. Então, digamos que estou 60% realizado.

ARJ - O que falta conquistar como jornalista?
JS: Muita coisa. Não caberia tudo aqui. Mas minha prioridade neste momento é adquirir segurança na profissão. O futuro, quem sabe?

ARJ - Um conselho aos graduandos de jornalismo?
JS: Façam projetos, cursos livres e extraiam dos professores o que puderem. Leiam muito, assistam filmes, peças e apresentações. Vão a palestras, saraus, exposições. Conversem, discutam, festejem e aproveitem. A graduação é um momento único e a função da Universidade é preparar o aluno para o mundo, dando a ele a chance de conectar todas as áreas do pensamento. 

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