O mal de
Alzheimer e outras enfermidades cerebrais são mais propícias em fumantes, segundo
estudo realizado na Holanda e publicado no periódico "Neurology"
Por Karen Rodrigues e Paloma Coltri
Indústria tabagista é a principal inimiga da saúde pública (Gabriela Gundim) |
Segundo a equipe da médica Monique Breteler, do Centro Médico de Erasmo de Roterdã, na Holanda, os fumantes com mais de 55 anos de idade apresentam chances 50% maiores de desenvolver demência do que os não-fumantes.
No artigo
publicado na revista "Neurology", a médica Monique e seus colegas
disseram ter, ao longo de cerca de sete anos, acompanhado a vida de quase 7.000
pessoas com mais de 55 anos. Durante esse período, 706 desses participantes
desenvolveram algum tipo de doença. O tabagismo não alterou as probabilidades
de aparecimento do Alzheimer entre as pessoas que possuem o gene APOE4 ou a
apolipoproteína E4 que aumenta as chances dessa doença se manifestar. Porém as que não o apresentavam, tiveram chances
70% maiores caso fumassem.
O cigarro também
pode causar pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “Doenças neurológicas
crônicas e degenerativas, câncer pulmonar, de traqueias, de esôfago, de estômago,
de bexiga, enfisema pulmonar, doenças vasculares e fibrose pulmonar também
podem ser causadas. Essas doenças não têm possibilidade de cura e quando se
para de fumar cuida-se apenas da parte boa do pulmão. O que se estragou não se
recupera mais”, explica a médica Fátima Saia Gonzaga, especialista em
pneumologia. “Uma dica para parar de fumar seriam adesivos de reposição de
nicotina, inibidores de tabagismo, terapia para ansiedade e dependência e, para
casos mais extremos antidepressivos, mas tudo com a orientação de um médico”,
completa.
Rafael
Lacerda, 26, começou a fumar aos 12 anos, mas se viciou aos 16. Desde então, é
comum ter crises de sinusite, bronquite e renite. “Eu tenho dificuldades para
sentir o gosto de alimentos e meu fôlego está reduzido. Já procurei
especialistas para me ajudar, mas, por causa do vício, fica difícil e sei desses
riscos”, lamenta.
“Sou
fumante há 2 anos, levo uma vida normalmente e sinto que o cigarro não me
prejudica em nenhuma atividade do dia-a-dia”, diz Lucas Menossi, 21, estudante de Publicidade e Propaganda.
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