Cigarro causa doenças neurológicas

quinta-feira, 8 de março de 2012


O mal de Alzheimer e outras enfermidades cerebrais são mais propícias em fumantes, segundo estudo realizado na Holanda e publicado no periódico "Neurology"

Por Karen Rodrigues e Paloma Coltri


Indústria tabagista é a principal
          inimiga da saúde pública (Gabriela Gundim)
Os fumantes possuem uma maior capacidade de desenvolver o mal de Alzheimer e outras doenças cerebrais do que as pessoas que abandonaram o vício ou que nunca consumiram cigarros, afirmaram pesquisadores holandeses.
Segundo a equipe da médica Monique Breteler, do Centro Médico de Erasmo de Roterdã, na Holanda, os fumantes com mais de 55 anos de idade apresentam chances 50% maiores de desenvolver demência do que os não-fumantes.

No artigo publicado na revista "Neurology", a médica Monique e seus colegas disseram ter, ao longo de cerca de sete anos, acompanhado a vida de quase 7.000 pessoas com mais de 55 anos. Durante esse período, 706 desses participantes desenvolveram algum tipo de doença. O tabagismo não alterou as probabilidades de aparecimento do Alzheimer entre as pessoas que possuem o gene APOE4 ou a apolipoproteína E4 que aumenta as chances dessa doença se manifestar.  Porém as que não o apresentavam, tiveram chances 70% maiores caso fumassem.

O cigarro também pode causar pequenos acidentes vasculares cerebrais (AVCs). “Doenças neurológicas crônicas e degenerativas, câncer pulmonar, de traqueias, de esôfago, de estômago, de bexiga, enfisema pulmonar, doenças vasculares e fibrose pulmonar também podem ser causadas. Essas doenças não têm possibilidade de cura e quando se para de fumar cuida-se apenas da parte boa do pulmão. O que se estragou não se recupera mais”, explica a médica Fátima Saia Gonzaga, especialista em pneumologia. “Uma dica para parar de fumar seriam adesivos de reposição de nicotina, inibidores de tabagismo, terapia para ansiedade e dependência e, para casos mais extremos antidepressivos, mas tudo com a orientação de um médico”, completa.
Rafael Lacerda, fumante há 10 anos
(Karen Rodrigues)

Rafael Lacerda, 26, começou a fumar aos 12 anos, mas se viciou aos 16. Desde então, é comum ter crises de sinusite, bronquite e renite. “Eu tenho dificuldades para sentir o gosto de alimentos e meu fôlego está reduzido. Já procurei especialistas para me ajudar, mas, por causa do vício, fica difícil e sei desses riscos”, lamenta.




“Sou fumante há 2 anos, levo uma vida normalmente e sinto que o cigarro não me prejudica em nenhuma atividade do dia-a-dia”, diz Lucas Menossi, 21,  estudante de Publicidade e Propaganda.




0 comentários:

Postar um comentário

 
RADAR JORNALÍSTICO | by TNB ©2011