Educadores preocupam-se com agressões dentro da sala de aula

segunda-feira, 26 de março de 2012


Profissionais da área da educação apontam a propagação de ataques violentos entre adolescentes

Por Henrique Santiago

Colégio recebe ocorrências
 de violência psicológica
(Samantha Henzel)
A violência tem sido tratada com veemência nas escolas do país. Não é novidade presenciar casos extremos em instituições de ensino residentes no território nacional em que aluno agride colega de sala ou até mesmo ataca o professor.

O fato de não atingir o ineditismo na sociedade faz com que a violência escolar mostre-se presente na vida de profissionais da educação. De acordo com Ruth Augusto, 60, pedagoga, a escola deixou de ser um local de proteção ao aluno para dar lugar à agressão. “O aumento da violência dá-se pelo acerto de contas, por brigas iniciadas nos bairros onde os alunos moram”, afirma. Para Ruth, a desigualdade social fomenta os atos violentos entre jovens. “Além da pobreza, a inferioridade a que são submetidos é a geradora de personalidades desvirtuadas do objetivo principal que seria aprender”, explica.

Carla (à esquerda) confessa
que sofreu e agrediu estudantes
 (Arquivo Pessoal)
A violência escolar ocasiona transtornos na vida de um estudante. Carla Mele, 25, tatuadora, diz que sofreu e praticou atos violentos com seus colegas de classe. “Eu era perseguida por ter gostos diferentes, era ofendida com palavras de baixo calão e erroneamente fiz o mesmo para me defender. Senti vontade de cometer suicídio”, revela. A violência, sendo física ou psicológica, agride a autoestima da vítima. Edenizia Bernardi, 32, psicóloga, afirma que a vítima sente medo de revelar o que sofre. “O jovem normalmente recusa ir à escola, inventa desculpas. Há também tristeza e desmotivação”, diz.


O tema não atinge apenas os alunos. Carla Felix, 29, coordenadora de ensino, já foi submetida a situações de violência moral. Quanto às escolas apenas pautarem a educação, Carla mostra-se desacreditada. “A criação de valores não é dever da escola. A educação será prioridade quando as famílias se conscientizarem de sua responsabilidade”, afirma.

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