Cláudio Henrique Coelho
Designer e Músico
Cláudio Henrique Coelho (Arquivo Pessoal) |
Ser designer pode significar muita coisa. Trata-se
de uma vasta área repleta de vertentes que podem
tornar difícil a compreensão de onde começa e onde termina o trabalho desse
profissional.
Um designer pode ser o cara que cria
logos e identidade visual para uma empresa. Pode ser o profissional que
trabalha na criação de websites e interfaces funcionais ao usuário. Pode ser quem edita, cria animações
e efeitos especiais para vídeos. Pode ser o responsável pelos gráficos e
cenários de tirar o fôlego daquele novíssimo jogo. Pode ser o responsável pela
concepção de um modelo arquitetônico. Recentemente, até mesmo tatuadores tem
sido enquadrados sob essa classe, adotando o nome de body-designer. E, além dessas, existem muitas
outras áreas para esses profissionais.
Mas, então, o que faz um designer?
Ele é um faz-tudo?
O designer, na realidade, é o
responsável pela criação de um determinado projeto sempre com o pensamento no
usuário final. Ele encontra as melhores soluções, baseando-se em pesquisas
metodológicas sobre determinado público-alvo, criando assim um produto com
usabilidade aceitável. O usuário deve ser capaz de interagir com esse produto
sem ter a menor dúvida de como utilizá-lo.
E isso não é tarefa fácil. Envolve
uma complexa área de ergonomia, escolha de materiais corretos e até mesmo
conhecer bagagem cultural do público. Imagine se, na época pré-histórica, fosse
colocada à disposição de nossos queridos neandertais uma simples lanterna.
Provavelmente, eles nunca iriam conseguir ligá-la, pois não relacionariam
aquele botão de liga-desliga com função alguma e provavelmente desistiriam do
estranho artefato. Caso a ligassem acidentalmente, era bem provável que
fugissem com medo ou que quebrassem o objeto em mil pedaços, em fúria. Foi
necessário primeiro descobrir a pedra, a madeira, aprender a criar ferramentas,
tirar fogo a partir do atrito de pedras. Foi necessária toda a evolução e uma
enorme popularização de conceitos e símbolos na mente das pessoas ao longo dos
tempos para que, hoje em dia, ao entregar uma lanterna para uma criança de um
ou dois anos de idade, ela consiga utilizá-la sem estranhamento algum.
Portanto, designer é o profissional
responsável pela criação de produtos acessíveis ao público, respeitando a
concepção, ergonomia e a cultura inserida aos usuários a que se destina. E não,
design não é arte. Arte foi feita para ser interpretada. Design foi feito para
ser compreendido.
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