Por Alexandre Ciardulo Trindade
Alexandre Cello (Arquivo Pessoal) |
Iniciei
meus estudos de violoncelo em 2005, com 17 anos, mas essa história não começa
tão tarde assim. Desde pequeno convivo num ambiente musical, e toda minha
influência e motivação estão relacionadas com o que vi na igreja e em casa com
minha mãe e irmã, que são grandes apreciadoras da arte.
Quando
tinha 11 anos, dei meus primeiros passos nesse mundo, e comecei estudando
trompete com o maestro e trompetista Sidnei Marques. Tudo que sei e o que posso
exprimir na arte da música aprendi com ele. Ainda nas primeiras aulas, percebi
o prazer de não só apreciar a música, mas também de executá-la. Alguns anos
depois, me entreguei à verdadeira paixão – o violoncelo. Um instrumento de arco
que séculos atrás ganhou grande espaço na música erudita, e hoje podemos
escutar em diversos gêneros, principalmente na música popular brasileira. Seu
som é o que mais se assimila com a voz humana. Quem escuta as suítes de Bach,
compostas especialmente para violoncelo, sabe que é impossível não se
emocionar.
Com o
passar do tempo, fui convidado a participar da OTR (Orquestra Tributos ao Rei)
e permaneço nela até hoje. É uma grande experiência, porque convivo com pessoas
que têm a mesma paixão que eu, e que têm o dom de elevar o coração das pessoas
a Deus.
Quanto
mais convivia e me dedicava a essa arte, oportunidades incríveis surgiam. Aos
18 anos, entrei no Conservatório Municipal de Música de Guarulhos, em busca de
aperfeiçoamento, estudei Teoria Musical com professora Débora, e Violoncelo com
professor Fábio Pellegatti. Com apenas alguns meses, Pelegatti me convidou para
participar do Garucellos, um quinteto de violoncelos.
Ao entrar
para o grupo, tive a oportunidade de fazer música para um número maior de
pessoas, pois realizávamos alguns eventos na cidade, em especial no Teatro
Adamastor. Não sou um músico profissional, por não viver financeiramente dessa
arte, mas a disciplina que adquiri ao me dedicar ao instrumento me inspira na
minha vida profissional também, onde atuo como assistente contábil.
Nesse
período já estava totalmente entregue ao instrumento. Aprendi que qualquer
sucesso está absolutamente relacionado à dedicação e isso me impulsionava de
tal forma que não conseguia ficar um dia sequer sem estudar.
Em 2012
fui convidado pra ser regente da OTR (Orquestra Tributos ao Rei). Não tenho
dúvidas de que essa é a maior experiência de todos os tempos na minha vida.
Realizamos diversos eventos, tanto religiosos, como seculares. Tocamos na
igreja, em casamentos, realizamos cantatas, musicais etc. É uma orquestra
incrível. Nesse caso, acredito que o nosso sucesso não está condicionado apenas
á dedicação, mas á amizade que temos uns com os outros. É uma verdadeira
harmonia.
Em
qualquer livro de teoria musical, a música é definida como a arte de manifestar
os diversos afetos de nossa alma, mediante ao som. Com a música, as pessoas
alegram-se, choram, riem e uma coisa é certa: elas nunca permanecem as mesmas.
Não tenho dúvidas de que essa arte alimenta meu espírito e me motiva em
qualquer área de minha vida. Com o violoncelo, me sinto mais perto de Deus, não
consigo me imaginar sem ele.
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