Escolas tentam integrar música na grade curricular

Nos colégios municipais de São Paulo, o conteúdo é incorporado gradualmente desde 2008

Por Dener Sabino, Gisele Moniz e Heila Lima

Aulas práticas de música podem
 ajudar na educação (Dener Sabino)

Em agosto de 2011, entrou em vigor a lei que obriga as escolas de todo o país a integrarem aulas de música à grade de alunos do ensino fundamental. Os colégios teriam que se adaptar ao novo padrão em 2012.

 Guilherme Rocha de Aguiar, 10, aluno da quinta série em uma escola do bairro de Vila Curuçá, Zona Leste, não se lembra de ter sido convidado a entrar em algum projeto musical. Ao menos no educandário onde estuda, ainda não existe uma matéria que aborde música na grade, de acordo com o garoto.

Aguiar gostaria de participar
de aulas de música
(Dener Sabino)

 Segundo Tharsila Dantas Prates, assessora da Secretária Municipal de Educação, as orientações curriculares implantadas em 2008 integram a música com o conteúdo em Artes. “Estudantes veem, além da música, conteúdos de artes plásticas, visuais e de teatro”, acrescenta.

 Luana dos Santos, 28, psicóloga, diz que a aula de música é importante e que pode colaborar com o desenvolvimento do aluno. “A criança tem muito mais capacidade de gravação através do ritmo do que pela escrita”, explica.

 Para Tharsila, além da Fanfarra, as escolas também investem na parte teórica das aulas. “Costumam trabalhar os conteúdos relacionados ao estudo das produções e manifestações culturais, contemplando a diversidade musical, sem a presença obrigatória de instrumentos musicais”, esclarece.

 Aguiar gosta de tocar flauta e queria participar mais de aulas do gênero, mesmo no caso de ficar mais tempo estudando. “Quanto mais tempo as crianças ficam na escola, menos tempo elas ficam na rua aprendendo o que não presta”, ressalta.

 As aulas também seriam importantes para todas as séries, assim pensa Luana, que defende a implantação da música no conteúdo didático. “Os que de fato necessitam mais são os do ensino fundamental, pois, no ensino médio, eles já conseguem se organizar sozinhos e se desenvolver sozinhos”, finaliza.