A gente não quer só migalha

sábado, 27 de outubro de 2012

(Banco de Imagens)


Comentário: Saúde e Bem-estar

Andar em São Paulo é sinal de contrastes. Uma hora você pode caminhar pelas belas calçadas da Avenida Paulista como também pode pisar em um morador de rua ou torcer o pé nas calçadas quebradas da cidade.

As praças de lazer são deploráveis. Aqui na Zona Leste encontra-se tudo, mas poucas opções para diversão. Quadras sem grade de proteção, traves ou tabelas de basquete, mesas de xadrez deterioradas, pouca iluminação, lixo espalhado e até bancos quebrados compõem o cenário desses “recantos”. Não fosse bastante, o cidadão de bem que procura relaxar sente-se ameaçado com a presença de jovens que ocupam bancos e mesas para consumir drogas e lá deixar a desagradável fumaça que deixa ainda mais apagada a importância que o pobre recebe.

Se o atual prefeito, visivelmente elitista, olhasse para os menos favorecidos, veria que não é nada fácil a realidade do peão de obras que acorda de madrugada para trabalhar, chega à noite e ainda tem que encontrar tempo para destinar aos filhos. Se a atual gestão se preocupasse com o lazer dos pobres, trabalharia para fornecer o bem necessário para que o peão possa levar seu filho aos fins de semana para jogar bola em uma quadra ou até mesmo permitir que sua cria fosse sozinha brincar com os amigos sem temer o pior. Mas a alta sociedade que ocupa o gabinete do Prefeito entende como lazer viajar de helicóptero para chegar ao trabalho, trabalhar três dias por semana e após o expediente jogar uma bela partida de golfe para desestressar.

O bem-estar da periferia depende de quadras estruturadas, maior área verde e manutenção do patrimônio. Não adianta simplesmente jogar as migalhas para o povo, senão o tal peão acabará comendo as sobras, tal qual aquele pombo incômodo que vive à procura de comida nas praças. 

Por Henrique Santiago

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