Por Cauana Moraes
Muitos acreditam que a escolha do pastor para presidir a comissão é um retrocesso. (Banco de imagens) |
No dia 7 de março, o pastor e deputado federal Marco Feliciano, do Partido Socialista Cristão (PSC) de São Paulo, foi eleito para presidir a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias. O fato causou grande mobilização nas redes sociais e a divisão da opinião pública, já que o pastor é acusado de homofobia e racismo por defensores de homossexuais e negros, após declarações em sua conta no Twitter.
Antes da indicação, alguns políticos já criticavam a decisão da posse dele para o cargo, como a deputada Érica Kokay, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Distrito Federal. Ela afirmou que Feliciano fere o regimento da Casa. Momentos antes da eleição alguns deputados do PT e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) deixaram a reunião em forma de protesto.
O deputado foi eleito somente com votos da bancada evangélica. Ele recebeu 11 dos 12 votos dos presentes, um a mais do que o mínimo necessário para ser eleito. A insatisfação pública ficou pior quando vídeos, disponibilizados em redes sociais, mostram Marcos pedindo senha da conta bancária de um fiel tetraplégico da igreja Assembleia de Deus.
Vários atos de repúdio foram organizados por meio da internet pelo Brasil inteiro, onde milhares de pessoas, muitas delas militantes de direitos humanos, participantes de movimentos em prol dos homossexuais e grupos de combate à intolerância religiosa. Cuidador de pessoas afetadas pelo HIV, Eduardo Brasileiro, revela que a notícia abalou todos os funcionários da organização, desde aqueles que cuidam de questões administrativas, até aqueles que atuam na cooperação.
Porém, diversas pessoas e seguidores defendem o pastor e salientam que ele é um “mensageiro de Deus”. “Admiro muito a vocação do servo de Deus Pr. Marco Feliciano, como pregador do Puro Evangelho, e também estou em defesa dele”, admite um seguidor do Twitter de Feliciano.
Marco Feliciano assume que vai criar uma comissão democrática, sem que seus pontos de vista interfiram nas decisões do conselho. Entretanto, a maior parte das pessoas acredita que a escolha dele para presidir a Comissão dos Direitos Humanos é um retrocesso, devido às lutas travadas há anos por minorias.
Fonte: Folha de S. Paulo; O Estado de São Paulo; UOL
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