Os cigarros com aditivos de sabor circularão até 2014

sexta-feira, 19 de abril de 2013


Cigarros com aditivos como chocolate, baunilha, menta e morango foram proibidos e terão que sair de circulação até 2014. Após um longo período de discussão e polêmica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma resolução que impede o uso de substâncias que mudam o sabor ou o cheiro de produtos de fumo, bem como cigarros, cigarrilhas, charutos e derivados do tabaco com sabor, como fumo para narguilé.

O narguilé ou arguile já é conhecido no Brasil há alguns anos. Com essências dos mais diversos sabores e aromas, esse cachimbo de água de origem árabe é utilizado para fumar, se divide em quatro partes. 1 - A base, que se assemelha a um vaso e armazena a água, 2 - o corpo que sustenta o forno e conecta a água com o carvão, 3 - o abafador que protege a brasa do vento e 4 - a mangueira onde se aspira a fumaça.

Comparada a versão aprovada em 2010, esta permite a adição de açúcar ao tabaco para repor a substância perdida no processo de secagem – na anterior, o açúcar era proibido. Contudo, os fabricantes terão de informar quanto do açúcar foi perdido no processo e quanto foi reposto. Segundo o instituto Nacional do Câncer (Inca) quase 300 mil brasileiros são usurários de narguilé. A pesquisa afirma também que o narguilé, quando usado por uma hora, equivale ao fumo de 100 cigarros comuns.

Juliana Aparecida, estudante, considera a medida parcialmente radical. "Eu fumei cigarros com sabores durante um tempo e não viciei, mas tenho consciência, por exemplo, que o narquilé pode ser extremamente nocivo a saúde e acho que a proibição deste é válida", comenta.
O estudante Guilherme Faccioli, de 19 anos, foi usuário de narguilé dos 12 aos 16 anos. O que mais o influenciou a usar foi a curiosidade pela fumaça, os cheiros das essências e a facilidade para compra. “Mesmo quando eu tinha cara de criança, nunca me pediram documento pra poder comprar carvão e essência”, explica.

Para Gustavo Penna, técnico de informática, a solução não é proibir a venda do narguilé, mais sim fazer valer a lei de que é proibido para menores de idade, ”Eles estão se preocupando com muita coisa besta, e acabam esquecendo as coisas que precisam resolver”.

A proibição de aditivos aromatizantes e que emprestam sabor atende a uma recomendação da Convenção Quadro do Tabaco, acordo mundial com medidas para reduzir e prevenir o tabagismo, do qual o Brasil faz parte. Médicos e grupos antitabagistas asseguram que a adição de produtos que alteram o sabor e cheiro do cigarro é uma tática há tempos usada pela indústria para atrair novos fumantes, principalmente crianças e adolescentes.

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