A atividade física é adaptada para
que idosos possam encontrar nesse lazer uma nova fonte de saúde, inclusão
social e expectativa de vida
Por Nathalia Alves e Sandra Mesquita
Com música ao vivo, salão do CRI São Miguel fica lotado todas sextas-feiras. (Foto por Nathalia Alves) |
Eles
são 4,3 milhões em São Paulo, conforme dados da Fundação SEADE (abril/2010), e
já não se satisfazem com as atividades consideradas do vovô e da vovó. Apesar
das mudanças no organismo, os idosos têm na dança não apenas uma opção de recreação,
mas uma alternativa de saúde, aprovada por médicos, professores e familiares.
Integrantes do grupo Felicidade não tem idade. (Divulgação) |
Para a gerontóloga Marília Sanches, toda a atividade que associe exercício físico com a interação social traz benefícios. “A dança é uma experiência sensorial que propicia trabalhar o equilíbrio e a coordenação motora”, afirma a especialista.
Sheila Alves - Coordenadora do NCI Felicidade não tem idade. (Foto por Aline Maciel) |
Miguel Santana participa das aulas de dança há dois anos. (Foto por Aline Maciel) |
Um
dos poucos homens a participar do núcleo é Miguel Santana, 76, viúvo. Ele participa
das aulas há dois anos. Como mora sozinho, confessou que muitas vezes liga o
som e ensaia os passos que aprendeu. “Não sou pé de valsa, mas danço e gosto do
que faço”, esclarece Santana.
No
Centro de Referência ao Idoso (CRI), em São Miguel, além das atividades, todas
sextas-feiras à tarde é realizado um baile. O único requisito para participar é
ter mais de 60 anos. O Dr. Nilton Guedes, dentista e coordenador do núcleo de
convivência, afirma que em um dia, passam pelo baile mais de 900 pessoas.
Nilberto (à esq.) e Nilton (à dir.), respectivamente tecladista e coordenador. (Foto por Nathalia Alves) |
No próximo mês o evento completará 10 anos. Nilberto
de Souza, tecladista, acompanhou toda a evolução e se adaptou a esse público. “Não
faço outra coisa que me dê tanto prazer. É uma lição de vida pra qualquer um.
Só tive que aprender a variar ritmos, devido às limitações que a idade impõe”,
informou o músico.
Casados há mais de 50 anos, João e Maria aproveitam o baile há seis anos. (Foto por Nathalia Alves) |
João
e Maria da Silva, ambos 71 anos e casados há mais de 50, nunca tiveram aulas de
dança, mas são frequentadores assíduos do baile. “Os filhos nos incentivam
muito, aqui fazemos amizades e minhas dores somem quando estou dançando”, disse
Maria. Eles moram pertinho do CRI, ao contrário de Palmira Aurélio, 69, que
mora na zona norte. “A distância não importa, até arrumei marido aqui, mas
separei. Hoje fico para um lado e ele para o outro. Agora só quero saber de
dançar”, disse toda alegre a miss simpatia CRI. Alegria essa que está estampada
nos rostos de cada um, que descobriram na dança, uma nova forma de viver.
Serviço:
Núcleo
de Convivência para Idosos “Felicidade não tem idade”
Rua
dos Banqueiros, 177, Jd. Cardosos (Sede da AMJAC)Fone: (11) 2717-4203
CRI – Centro de Referência do Idoso da Zona Leste
Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 34 – São Miguel Paulista
Fone: (11) 2030-4000
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