Benefícios da dança na terceira idade são perceptíveis mental e fisicamente

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A atividade física é adaptada para que idosos possam encontrar nesse lazer uma nova fonte de saúde, inclusão social e expectativa de vida

Por Nathalia Alves e Sandra Mesquita

Com música ao vivo, salão do CRI São
Miguel fica lotado todas sextas-feiras.
 (Foto por Nathalia Alves)
 Eles são 4,3 milhões em São Paulo, conforme dados da Fundação SEADE (abril/2010), e já não se satisfazem com as atividades consideradas do vovô e da vovó. Apesar das mudanças no organismo, os idosos têm na dança não apenas uma opção de recreação, mas uma alternativa de saúde, aprovada por médicos, professores e familiares.

Integrantes do grupo Felicidade não tem
idade. (Divulgação)

Para a gerontóloga Marília Sanches, toda a atividade que associe exercício físico com a interação social traz benefícios. “A dança é uma experiência sensorial que propicia trabalhar o equilíbrio e a coordenação motora”, afirma a especialista.


Sheila Alves - Coordenadora do NCI
Felicidade não tem idade. (Foto por Aline Maciel)
Associação de Mulheres do Jardim Colorado (AMJAC), na Zona Leste, por meio do Núcleo de Convivência para Idosos “Felicidade não tem Idade”, atende cerca de 60 idosos diariamente. As aulas de dança têm maior frequência, chegando a 75%. Sheila Alves, coordenadora do núcleo, diz que as atividades são adaptadas e as mudanças perceptíveis. “A dança não é só um momento para sacolejar o esqueleto. É quando se engloba tudo, elevando a autoestima, o envolvimento com outras pessoas e onde percebem que a vida não acabou”, analisa a coordenadora.

Miguel Santana  participa das aulas de dança
há dois anos. (Foto por Aline Maciel)
Um dos poucos homens a participar do núcleo é Miguel Santana, 76, viúvo. Ele participa das aulas há dois anos. Como mora sozinho, confessou que muitas vezes liga o som e ensaia os passos que aprendeu. “Não sou pé de valsa, mas danço e gosto do que faço”, esclarece Santana.


No Centro de Referência ao Idoso (CRI), em São Miguel, além das atividades, todas sextas-feiras à tarde é realizado um baile. O único requisito para participar é ter mais de 60 anos. O Dr. Nilton Guedes, dentista e coordenador do núcleo de convivência, afirma que em um dia, passam pelo baile mais de 900 pessoas.
Nilberto (à esq.) e Nilton (à dir.), respectivamente
tecladista e coordenador. (Foto por Nathalia Alves)

No próximo mês o evento completará 10 anos. Nilberto de Souza, tecladista, acompanhou toda a evolução e se adaptou a esse público. “Não faço outra coisa que me dê tanto prazer. É uma lição de vida pra qualquer um. Só tive que aprender a variar ritmos, devido às limitações que a idade impõe”, informou o músico.

Casados há mais de 50 anos, João e
 Maria aproveitam o baile há seis anos.
(Foto por Nathalia Alves)
João e Maria da Silva, ambos 71 anos e casados há mais de 50, nunca tiveram aulas de dança, mas são frequentadores assíduos do baile. “Os filhos nos incentivam muito, aqui fazemos amizades e minhas dores somem quando estou dançando”, disse Maria. Eles moram pertinho do CRI, ao contrário de Palmira Aurélio, 69, que mora na zona norte. “A distância não importa, até arrumei marido aqui, mas separei. Hoje fico para um lado e ele para o outro. Agora só quero saber de dançar”, disse toda alegre a miss simpatia CRI. Alegria essa que está estampada nos rostos de cada um, que descobriram na dança, uma nova forma de viver.

Serviço:

Núcleo de Convivência para Idosos “Felicidade não tem idade”
Rua dos Banqueiros, 177, Jd. Cardosos (Sede da AMJAC)
Fone: (11) 2717-4203
CRI – Centro de Referência do Idoso da Zona Leste
Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 34 – São Miguel Paulista
Fone: (11) 2030-4000

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