Ao apoiar as práticas pedagógicas, o lúdico
incentiva a expressão dos sentimentos afetivos e emocionais das crianças
Por Anselmo Duarte e Mirian Freitas
Paula Knoll usa técnicas de contar histórias com objetos do cotidiano. (Acervo próprio) |
A atriz e contadora de histórias frequente da Rede
SESC, Paula Knoll, afirma que o seu início na arte de contar histórias não foi
pontual. “Procurava uma forma independente de exercitar o teatro. Exercitando as histórias na prática,
entendi a diferença dessa linguagem e aí sim soube que estava fazendo contação
de histórias e não teatro. Para contar não é necessário ser ator ou atriz”.
Paula transforma tacinhas de sobremesa e estojos em
personagens recriando livros. Ela define qual é o melhor conto ou fábula:
“Gosto de contar a boa história, que dá margem a várias interpretações e passa
mensagens de valores universais, que podem ser contadas o ano inteiro, como
sobre o meio ambiente”.
O professor Marcos Souza diverte com técnicas interativas de narrar fábulas. (Acervo próprio) |
Cada vez que se conta uma história há de considerar
as influências do estado de espírito, do grupo, do lugar e da época. “Tive uma
5ª série que não queria saber de leitura, só bagunça. No dia que decidi contar
histórias percebi que tinha em meu poder as palavras mágicas ‘Era uma vez’ e a
partir daí o cenário mudou e para melhor” recorda o contador de histórias e
professor da Escola Estadual Jardim das Oliveiras II no Itaim Paulista, Marcos
Souza.
A psicopedagoga Maria Elena acredita no valor do lúdico na educação. (Acervo próprio) |
Assim, os professores têm descoberto o quanto podem
dinamizar aulas. Maria Elena da Silva, psicopedagoga e diretora do Colégio
Santa Clara, em Guarulhos, explica que as aulas expositivas acabam desmotivando
e contribuindo para a dispersão de alguns alunos. “Através do lúdico a criança
expressa seus sentimentos afetivo, cognitivo, social e emocional” diz a
psicopedagoga.
O conteúdo também contado estimula o aprendizado brincando, confirma a aluna Aline Ferreira Costa, 11 anos. “Os alunos aprendem várias coisas interessantes, se divertem e também é um tempo para nós nos conhecermos melhor e falar sobre o que aprendemos com as histórias”.
Segundo Souza, a dica é descobrir a própria história. Buscar na infância o fio que irá conduzir ao mundo mágico das narrativas. “Uma vez que se conta uma história, não se pode parar”, afirma o professor.
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