São Miguel completa 389 anos com muita festa

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Com calendário bastante diversificado, comemoração ocorre o mês inteiro

Por Nathalia Alves e Tamires Freitas
Desde o último dia 31 de agosto, os festejos em comemoração aos 389 anos de São Miguel Paulista estão acontecendo.  A data oficial do aniversário é o último domingo do mês de setembro, mas as comemorações se estendem até o dia 29. Atividades artísticas, eventos esportivos, homenagens a benfeitores do bairro, desfile cívico, festas típicas brasileira, japonesa e árabe e celebrações religiosas compõem a programação comemorativa do bairro.
A Catedral de São Miguel Arcanjo, onde foi realizada a abertura do evento e será realizado o encerramento, fica na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, mais conhecida como Praça do Forró, onde também está a Capela de São Miguel Arcanjo. Construída em 1560 pelo Padre José de Anchieta, a capela se tornou um marco na história do bairro, que se desenvolveu ao seu redor. Por sua importância histórica, em 1938 foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. O Sítio Mirim e a Fazenda da Biacica são os outros patrimônios tombados do bairro. Seu Eurico dos Santos, membro da Comissão dos Festejos de São Miguel afirma: “Esse momento traz divertimento e também o resgate de nossa história, cujo elo da origem do bairro está integrado à Capela de São Miguel Arcanjo”, concluiu o amante do bairro. 
Com forte vocação ao comércio, o bairro, segundo o Censo de 2010, tem mais de 90 mil habitantes e uma diversidade étnica que o diferencia: japoneses, chineses, árabes e portugueses são encontrados pela região, além de ser berço dos migrantes nordestinos. 
Este ano, além de manterem as festas tradicionais e acrescentarem um novo evento na programação, o “Dia da Harmonia”, a Comissão dos Festejos de São Miguel buscou uma nova forma de inserir a população no evento, até mesmo antes dele começar. “O diferencial buscado pela comissão foi um concurso entre as escolas da região para a confecção do logotipo e slogan que estão sendo usados este ano”, informou Napoleão Peixinho, coordenador da comissão.

No dia 11 de setembro, a tradicional Festa Brasileira aconteceu no Mercadão Municipal de São Miguel, na Av. Marechal Tito. Num ambiente com muita variedade, era possível encontrar barracas de alimentação até exposição fotográfica. Os artistas plásticos de São Miguel também apresentaram os seus trabalhos, como pinturas premiadas e artesanatos de todos os tipos. Para Adinéia Batatinha dos Santos, vice-presidente da Associação dos Artistas Plásticos de São Miguel Paulista, é muito importante fazer parte da história do bairro. “Nasci em São Miguel, sou professora aposentada, mas continuo na ativa passando meus conhecimentos como artista plástica”, diz a artista.
Quem resolveu passar o dia no evento não encontrou dificuldades. Com diversas opções de refeições era possível comer do tradicional pastel até a comida típica baiana. Foi o que fez Maria Clélia e João Andrade, casal morador da Vila Progresso. “Estamos aproveitando o dia, já almoçamos e vamos acompanhar um pouco mais”.
Já a sra. Célia Leal Luizão, acompanhada da filha Vânia Leal e da neta Renata Leal, diz que sempre participa da Festa Brasileira e que este ano um novo item lhe chamou a atenção: “Gosto de fotos de época, por isso me interessei por este tipo de trabalho, fotos envelhecidas. Não me recordo de ter tido esta opção no ano passado”, disse a moradora da Vila Jacuí.
Além da apresentação do Hino Nacional, acompanhado pelos escoteiros,  um grupo de jovens da colônia japonesa apresentou um número de tambor. Durante a execução do Hino de São Miguel foram distribuídas bandeirinhas do bairro e a letra do hino, para que todos pudessem acompanhar. No espaço da Biblioteca Pública Raimundo de Menezes, era possível a retirada de livro para leitura no local. Também havia espaço para contação de histórias.
Na barraca da língua internacional Esperanto, que foi idealizada por um polonês, havia produtos de divulgação e a oferta de cursos gratuitos para os interessados na nova língua.  Segundo Osmar da Silva Alves, professor voluntário, a língua tem uma gramática que facilita o aprendizado. Para Maria José Santos, do Parque Paulistano, que estudou a língua durante seis meses, diz que além da facilidade do idioma, não precisou deixar sua língua para estudar outra.
As voluntárias do Hospital Tide Setúbal também participaram da festa. Kaline Laurindo, coordenadora da equipe de voluntariado informa que o trabalho inclui leitura e conversas, além do conforto  espiritual e a terapia ocupacional. “Nossa equipe conta com 20 voluntárias, a mais nova tem 93 anos. Juntamente com a leitura, também fazemos trabalhos artesanais”, explica a coordenadora. Uma outra opção foi o passeio de trenzinho, que também fez a alegria de muitos adultos.

Aproveite os próximos eventos, as comemorações seguem até o final do mês.
Confira a programação:
 

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