Fábricas de cultura são construídas nas periferias de São Paulo

domingo, 9 de outubro de 2011

A oportunidade de jovens moradores de áreas periféricas da cidade cresce com a inauguração das Fábricas de Cultura

Por Bruna Amorim, Jessica Arena e Maurício Noronha

Local onde situa-se a fábrica de cultura de Sapopemba na
Zona Leste. (Foto por Mauricio Noronha)
Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Governo do Estado de São Paulo estabeleceu em 2007 um financiamento para a Secretaria de Cultura do Estado a fim de iniciar a implantação do projeto junto às  comunidades mais pobres, o Programa Cultura e Cidadania para a Inclusão Social (PCCIS), popularmente conhecido como “Fábricas de Cultura”.

A fundação Seade por meio de pesquisas sociais apresentou o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), assim possibilitando a escolha de nove bairros com relativa carência, índices de violência, maior número de adolescentes grávidas e jovens fora da escola. Foram então destinadas as fábricas para as localidades de Capão Redondo e Jardim São Luiz (zona sul); Brasilândia, Cachoeirinha e Jaçanã (zona norte); Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Sapopemba e Vila Curuçá (Zona Leste).

Após a inauguração da primeira Fábrica de Cultura no mês de março de 2011, na Vila Curuçá, outra foi aberta em Sapopemba no mês de junho e a mais recente no Itaim Paulista, no dia 10 de setembro.

“Na periferia existem poucos equipamentos culturais, as fábricas vieram com o propósito de aumentar ofertas de cultura dentro das comunidades. Oferecer a cultura como ferramenta de transformação”, comenta Aline Canciani, assistente de coordenação de atividades culturais.

O projeto mantém a faixa etária de crianças e jovens, entre 7 e 19 anos, estabelecendo oportunidades ligadas ao desenvolvimento de trabalhos culturais e formação profissional. Os cursos são de teatro, circo, música, artes plásticas e multimídia, além de todas possuírem uma biblioteca.

Aline explica que as inscrições devem ser feitas nas próprias fábricas, se for menor deve vir acompanhado dos pais e com RG, é só escolher o curso e ter vontade e disponibilidade para se inscrever.
“Estamos colhendo coisas positivas, conseguimos ver o brilho nos olhos das crianças, a alegria e a satisfação de estar participando, a cultura por si é capaz de modificar valores”, afirma Aline.
Depois da inauguração das fábricas, o número de crianças e jovens matriculados estão variando entre 1200 a 1300, chegando em média a 20 alunos por sala. Os cursos têm durações de três a quatro meses e podem ser feitas novas inscrições para continuar no mesmo curso ou mudar caso queira fazer outra opção cultural. O espaço vem garantindo o crescimento para a periferia.
“A fábrica de cultura é 1000, ela chegou num bom tempo na minha vida e na vida da comunidade. O espaço é um presente de Deus. Nem o pessoal do centro da cidade tem esse espaço. Foi algo que veio do céu, está gerando muitos frutos e eu já vejo os frutinhos por ai”, comenta emocionado Valdemar de Jesus Narciso, auxiliar de atividades gerais.

0 comentários:

Postar um comentário

 
RADAR JORNALÍSTICO | by TNB ©2011