Governo estuda a inclusão de aparelhos tecnológicos nas salas de aula

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Com o surgimento das novas tecnologias, alunos das escolas públicas poderão ter tablets nas salas para um melhor desenvolvimento escolar
Por Rômulo Magalhães
Alunos de uma escola paulista já contam com
a inclusão de tablets na sala de aula (Divulgação)
O Ministério da Educação (MEC) pretende, a partir do próximo ano, investir em conteúdos digitais educacionais, a fim de garantir a inclusão digital e uma participação ativa de alunos em sala de aula, proporcionando o desenvolvimento das novas gerações e o início do uso de novas tecnologias.
Em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o MEC pretende distribuir tablets para todas as escolas públicas do Brasil e incentivar os professores e alunos a se adaptarem a conteúdos digitais para ter um melhor rendimento em aula.
O tablet é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas, além do entretenimento.
Segundo Ademir Lourenço, especialista em informática educativa, a escola deve reorganizar suas atividades e rever seus conceitos de material didático porque a nova geração já está acostumada com materiais tecnológicos. “A grande vantagem é que os alunos aproveitarão melhor o tempo em sala de aula utilizando esse material como fonte de pesquisa e produção de conhecimento”, diz.
Apesar de ser uma importante ferramenta de uso didático, há alerta sobre como os alunos e professores utilizarão os tablets em sala de aula. “O professor deve encarar a tecnologia de forma natural, como uma aliada e não como uma inimiga que quer pegar seu lugar na sala de aula. Se não for assim, veremos uma eterna luta entre concepções tradicionais, que não fazem mais parte do universo do aluno. E o aluno, ávido com a tecnologia na ponta dos dedos, tendo que amargar uma aula expositiva de 50 minutos”, conta Lourenço. Para ele, os alunos ainda não sabem utilizar esses aparelhos como uma fonte de informação e o professor não está preparado para trabalhar com esse material.
Para o estudante do 8º ano do ensino fundamental, Gabriel Matias, será uma ótima ideia a inserção de tablets nas salas de aula para todos. “Estou cansado de caminhar todos os dias por 30 minutos com uma mochila pesada cheia de cadernos, apostilas e livros. Apenas com o tablet já posso ter todo o conteúdo que preciso para estudar. Se isso acontecer ficará muito mais fácil o meu acesso à escola, além de estar antenado a nova revolução que está acontecendo no mercado tecnológico”, afirma o estudante.
Ainda que o professor não tenha tanto conhecimento com os novos aparelhos tecnológicos, essa ferramenta lhe trará facilidade na aplicação dos conteúdos. “Com os recursos disponibilizados pelo tablet é possível enriquecer as aulas, e se a inserção e a acessibilidade forem para todos, em breve, esses aparelhos substituirão os cadernos e livros dentro da sala de aula”, comenta a pedagoga da Escola Estadual Maria Cecília da Silva Grohmann, Magda de Lourdes Pereira.
“Um novo paradigma está surgindo na educação e o papel do professor, frente às novas tecnologias, será diferente. É preciso saber orientar os alunos sobre onde colher informação, como tratá-la e como utilizá-la. Orientar estimulando o trabalho individual, apoiar o trabalho de grupos reunidos por área de interesses. Porém ainda assim, o aluno sempre precisará do professor. De forma que nunca será independente em sua vida escolar”, conclui.

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