Site Ajude um Repórter obtém personagens para jornalistas

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Por Sheila Procópio
O “Ajude um Repórter”, criado por Gustavo Carneiro, funcionou durante 18 meses no Twitter até virar um site. Foi um dos primeiros projetos publicados no Catarse e levantou R$15.000,00 em janeiro deste ano, principalmente para desenvolver a plataforma, lançada há alguns meses. Catarse é uma ferramenta de crowdfnding que é como uma ação de cooperação coletiva realizada por pessoas que contribuem financeiramente, via internet, para apoiar iniciativas, projetos de outras pessoas ou organizações. 
Desde março de 2010, Carneiro usou o Twitter que já era acessado por jornalistas para encontrar fontes, o que tornou a busca desses profissionais um pouco mais fácil. O Ajude um repórter conecta jornalistas e fontes com o intuito de democratizar o acesso à imprensa, além de dar voz a qualquer pessoa que tenha conhecimento a ser compartilhado e que possa disponibilizá-lo publicamente.  
De acordo com Carneiro, já são mais de 2.000 usuários cadastrados entre jornalistas e fontes, além de 500 pautas publicadas. Entre os usuários estão profissionais de grandes veículos de comunicação do país. O projeto também pretende agregar blogs e outros produtores de conteúdo.
Para começar a utilizar a plataforma é preciso se cadastrar com o perfil “jornalista” ou “fonte.” Depois basta escolher uma das redes sociais (Twitter, Facebook ou Linked In) para se conectar ao Ajude um repórter.
O jornalista Luciano Guaraldo usou o Ajude um repórter duas vezes, conseguindo o retorno que esperava. “Estava procurando histórias de pessoas que foram a outras edições do Rock in Rio. Na primeira vez, o retorno veio no dia seguinte, com uma boa história. Da segunda vez, demorou cerca de uma semana, mas consegui quatro histórias diferentes”, afirma Guaraldo.
Já para o diretor de redação Danilo Motta, é a maior “idiotice”. Segundo ele “Cansei de roubar pautas dos outros em dias de vacas magras”, afirma Motta.
Em entrevista exclusiva Gustavo nos conta um pouco mais sobre sua plataforma:
ARJ - Como teve essa ideia?
GC - O Ajude um Repórter nasceu quando eu retornei ao Brasil, após quase dois anos vivendo fora, eu quis experimentar algo novo na internet brasileira que tivesse a ver com a minha profissão. Nos Estados Unidos já funcionavam algumas iniciativas para conectar jornalistas e fontes, mas por aqui ainda não existia nada parecido e resolvi testar a ideia.
ARJ - Como foi a transição de um perfil do Twitter para uma plataforma?
GC - A transição ainda está acontecendo, não é nada instantânea. Enquanto temos 16.000 seguidores no Twitter, a plataforma registrou pouco mais de 2.000 cadastros e esse número cresce a cada semana. É um processo contínuo de migração, mas a plataforma trouxe a vantagem de diminuir a dependência do Twitter e poder atingir outros públicos.
 
ARJ - Quanto tempo em média as pessoas cadastradas esperam as respostas?
GC - Isso varia muito da pauta. Muitas pautas difíceis não chegam a receber respostas, mas a própria dificuldade é uma coisa relativa, porque depende do número de pessoas envolvidas na resolução do problema. Outras pautas recebem respostas instantaneamente, após 5 ou 10 minutos depois de publicadas.
A maior parte das respostas tende a chegar 40 minutos após a publicação no site.

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