Por Sheila Procópio
O
“Ajude um Repórter”, criado por Gustavo Carneiro, funcionou durante 18 meses no
Twitter até virar um site. Foi um dos primeiros projetos publicados no Catarse
e levantou R$15.000,00 em janeiro deste ano, principalmente para desenvolver a
plataforma, lançada há alguns meses. Catarse é uma ferramenta de crowdfnding
que é como uma ação de cooperação coletiva
realizada por pessoas que contribuem financeiramente, via internet, para apoiar
iniciativas, projetos de outras pessoas ou organizações.
Desde março de
2010, Carneiro usou o Twitter que já era acessado por jornalistas para
encontrar fontes, o que tornou a busca desses profissionais um pouco mais
fácil. O Ajude um repórter conecta jornalistas e fontes com o intuito de
democratizar o acesso à imprensa, além de dar voz a qualquer pessoa que tenha
conhecimento a ser compartilhado e que possa disponibilizá-lo publicamente.
De acordo com
Carneiro, já são mais de 2.000 usuários cadastrados entre jornalistas e fontes,
além de 500 pautas publicadas. Entre os usuários estão profissionais de grandes
veículos de comunicação do país. O projeto também pretende agregar blogs e
outros produtores de conteúdo.
Para começar a
utilizar a plataforma é preciso se cadastrar com o perfil “jornalista” ou
“fonte.” Depois basta escolher uma das redes sociais (Twitter, Facebook ou
Linked In) para se conectar ao Ajude um repórter.
O jornalista
Luciano Guaraldo usou o Ajude um repórter duas vezes, conseguindo o retorno que
esperava. “Estava procurando histórias de pessoas que foram a outras edições do
Rock in Rio. Na primeira vez, o retorno veio no dia seguinte, com uma boa
história. Da segunda vez, demorou cerca de uma semana, mas consegui quatro histórias
diferentes”, afirma Guaraldo.
Já para o
diretor de redação Danilo Motta, é a maior “idiotice”. Segundo ele “Cansei de
roubar pautas dos outros em dias de vacas magras”, afirma Motta.
Em entrevista
exclusiva Gustavo nos conta um pouco mais sobre sua plataforma:
ARJ - Como teve essa ideia?
GC - O Ajude um Repórter nasceu quando eu retornei ao Brasil, após quase
dois anos vivendo fora, eu quis experimentar algo novo na internet brasileira
que tivesse a ver com a minha profissão. Nos Estados Unidos já funcionavam
algumas iniciativas para conectar jornalistas e fontes, mas por aqui ainda não
existia nada parecido e resolvi testar a ideia.
ARJ - Como foi a transição de um perfil do Twitter para uma plataforma?
GC - A transição ainda está
acontecendo, não é nada instantânea. Enquanto temos 16.000 seguidores no
Twitter, a plataforma registrou pouco mais de 2.000 cadastros e esse número
cresce a cada semana. É um processo contínuo de migração, mas a plataforma
trouxe a vantagem de diminuir a dependência do Twitter e poder atingir outros
públicos.
ARJ - Quanto
tempo em média as pessoas cadastradas esperam as respostas?
GC - Isso varia muito da pauta. Muitas pautas difíceis não chegam a
receber respostas, mas a própria dificuldade é uma coisa relativa, porque depende
do número de pessoas envolvidas na resolução do problema. Outras pautas recebem
respostas instantaneamente, após 5 ou 10 minutos depois de publicadas.
A maior parte das respostas tende a chegar 40 minutos após a
publicação no site.
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