Segundo o Procon-SP, os mercados podem vender apenas sacolas retornáveis com ao menos um modelo a R$ 0,59
Por Daniele Motta, Déborah Aranhos e Vitor Silveira
O acordo instituído entre a Associação dos Mercados e a Prefeitura de São Paulo, que entrou em vigor no dia 25 de janeiro, proíbe a distribuição de sacolas plásticas gratuitas, mas, segundo Carlos Coscarelli, assessor-chefe do Procon-SP, a venda também é proibida. “Dentro de 60 dias, se não tiver outra forma, eles podem distribuir essas sacolas plásticas. Mas têm que incentivar a compra das sacolas retornáveis”, diz ele.
Há pelo menos 20 anos esta é uma rotina na vida dos brasileiros, por isso a dificuldade de adaptação. "As sacolas plásticas foram trazidas para a cultura do consumidor e nos anos 80 os mercados começaram a distribuir. Como ela tem uma facilidade, logo se incorporou no dia a dia do consumidor. A ideia agora é retirá-la do mercado”, explica Coscarelli.
Os mercados estão estocando caixas de papelão para auxiliar o cliente na hora da compra (foto por Déborah Aranhos) |
Para Francisco de Assis Alves Passos, gerente de um supermercado da Zona Leste, há pontos negativos no acordo. "Os clientes reclamam muito e isso não é bom. Alguns até deixam a compra no caixa por não ter a sacolinha e achar que a caixa de papelão é anti-higiênica. Tem mais gente irritada do que apoiando a causa”, conta Passos.
Por outro lado, há também o abuso de alguns mercados. “Fui ao mercado e a moça me cobrou cinco centavos pela sacolinha com a marca do mercado”, denuncia Maria Emilia Motta Reis, 54, aposentada.
Em casos de abuso, o consumidor deve denunciar o estabelecimento ao Procon-SP. “O consumidor tem que pedir a sacola gratuita. Caso não cedam e ele já tenha feito as compras, ele pode obter a sacola e depois denunciar ao Procon para recuperar o dinheiro. É importante denunciar para que haja fiscalização. A partir da denúncia, nós instauramos processos e o mercado é autuado com uma multa que vai de R$ 400,00 a R$ 6.000.000,00, dependendo do tamanho do estabelecimento”, ainda segundo Coscarelli.
"As caixas são uma boa alternativa apenas para quem tem carro" (foto por Daniele Motta) |
Já Fátima Salvador, 44, coordenadora de logística, afirma que a lei é válida, mas não efetiva. "Todos usam plástico. Deveria haver alternativas para evitar esse tipo de consumo. A maioria dos mercados está vendendo as sacolinhas a 20 centavos e não tem fiscalização, por isso não concordo."
0 comentários:
Postar um comentário