Com adaptações das obras
clássicas exigidas nos grandes vestibulares, companhias teatrais apostam em
estudantes como público-alvo
Por Daniele Motta, Déborah Aranhos e Vitor Silveira
Nos
últimos anos, o teatro literário vem ganhando força em São Paulo por atrair vestibulandos,
facilitando a compreensão das obras clássicas e a didática em sala de aula. Muitos estudantes optam e preferem assistir a uma
peça a ler um livro e ainda afirmam que as peças teatrais ajudam a compreender
as histórias e facilitam a memorização.
A literatura apresenta nos livros ou nos teatros mostra emoção em seu contexto (Vitor Silveira) |
Os grandes vestibulares do país exigem a leitura de obras clássicas para, a partir de tais, fazerem perguntas de múltipla escolha sobre o contexto social e a obra em si. O problema é que os jovens não estão acostumados com a linguagem dessas obras. “Esse é um problema novo. Há um tempo, quando o aluno chegava no 3º ano do Ensino Médio, estava mais preparado para essas obras. Hoje, ele tem mais contato com a TV e menos com a leitura da palavra. Então, há um choque entre as linguagens”, explica Kátia Pelicci Cembrone, 36, Mestre em Literatura.
Por este motivo, é necessário
encontrar saídas para facilitar a compreensão por parte dos alunos. O teatro é
uma dessas alternativas. Ainda segundo Kátia, o teatro é uma forma de expressão
completa. Conta com o recurso do áudio-visual, do gesto, da interpretação.
Eloísa de Araujo: "O teatro consegue de uma forma mais descontraída e simples passar as mensagens presentes nos livros" (Daniele Motta) |
Para Eloisa de Araujo, 16, estudante, a vantagem da literatura nos palcos é a interatividade. “Quando se lê, sempre surge alguma dúvida. Porém, ao assistir a peça, essas dúvidas são esclarecidas. Principalmente quando o público pode fazer perguntas aos atores e diretores.”
Um dos grupos que acredita e investe na literatura como forma de expressão teatral é o Grupo Ria, que surgiu em 1993 e desde o início já tinha uma proposta literária. “A grande preocupação do Grupo é justamente trazer pra o palco a fidelidade, pois a proposta é despertar o interesse do jovem em se aproximar da obra original”, como conta José Paulo Rosa, 57, diretor do grupo.
0 comentários:
Postar um comentário