Por Thiago DK Ferreira
Gestor de projetos,
professor na área de TI, formado em Gestão de TI, técnico em informática e web
design
Thiago DK (Arquivo Pessoal) |
Parkour (por vezes abreviado como PK) ou l'art du déplacement (em
português: arte do deslocamento) é uma atividade cujo princípio é mover-se de
um ponto a outro o mais rápida e eficientemente possível, usando principalmente
as habilidades do corpo humano. Criado para ajudar a superar obstáculos de
qualquer natureza no ambiente circundante — desde galhos e pedras até grades e
paredes de concreto — e pode ser praticado em áreas rurais e urbanas. Homens
que praticam parkour são reconhecidos como traceur e mulheres como traceuses.
Imagine um sábado, São Paulo, às duas horas da tarde. Enquanto você tranquilamente caminha pela calçada, alguém salta um muro e se arremessa em sua direção, você, assustado, desvia, a pessoa passa e salta novamente, agora sobre uma caçamba de entulho com uma leve ajuda de uma das mãos. Você observa, ele segue incessante na direção do viaduto e escala a pilastra de proteção. Você então percebe o que o estranho pretende e tenta correr em sua direção, mas é tarde. Ele pula. Você grita. Corre ao viaduto em desespero, apenas para ver um vulto se deslocar velozmente pelo asfalto. Você sorri ao ver o traceur desaparecer atrás de outro muro.”
A situação descrita me faz refletir sobre o que podemos chamar de
liberdade em relação a nós mesmos. Concluí que somos mais do que pessoas quando
estamos rasgando a cidade com nossos pés e mãos calejados, somos verdadeiros
elementos de uma constante intervenção urbana, conseguimos modificar a
atmosfera a nossa volta, transformar o espaço, e até me arrisco a dizer que
conseguimos CRIAR o espaço (algumas vezes literalmente). As pessoas ao nosso
redor se assustam, se sentem intimidadas de alguma forma ou até mesmo
ofendidas, mas, na verdade ,no fundo cada um deles recupera dentro de si mesmo
a origem da liberdade, do ir e vir sem a prisão urbana e cotidiana que o dia a
dia e as obrigações nos impõem.
Somos uma faca de dois gumes, quebramos o
confortável marasmo da rotina monótona da grande metrópole e ao mesmo tempo
injetamos adrenalina nas artérias daqueles que nos cercam mesmo sem colocá-los
em condições em que ela seja necessária. Nós fazemos com que as pessoas saiam
de sua zona de conforto e segurança e isso as incomoda, mas nós também as
lembramos de que estão vivas, e de que são livres. Como na época dos senhores
feudais existia a lei e a ordem garantida por aqueles que eram mais fortes, e
existia a liberdade e sensação da vida fluindo que também era cultivada por
esses mesmo guerreiros poderosos, assim temos de ser! Fortes o suficiente para
saber quando devemos parar e livres o suficiente para decidirmos quando devemos
continuar!
2 comentários:
Maravilha....
Fico honrrado pela publicação de me texto, por favor sintam -se à vontade para me contactar se precisarem de mais alguma coisa sobre a pratica.
Atensiosamente, Thiago.
www.parkultura.blogspot.com
Postar um comentário