O diretor do programa Supernanny do SBT abordou o tema Reality Show no campus São Miguel
| Palestrante Ricardo Perez. (Por Thais Gonçalves) |
Na noite da última quarta-feira, 18 de maio, alunos da Universidade Cruzeiro do Sul, campus São Miguel, lotaram o auditório 2 durante a semana do ENCOM (Encontro de Comunicação) para assistir a palestra "Reality Show", com Ricardo Perez.
Perez é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo, mas percebeu que esta não era a sua vocação. Quando foi promovido no Jornal Diário do Grande ABC, ele desistiu da carreira de jornalista e investiu na área de roteiro, teve diversas experiências em TV nos programas TV Fama, Supernanny e Ídolos. Atualmente, é diretor do programa SOS Casamento, do SBT.
Os Realities Shows se tornaram uma mania em todo o mundo, inclusive no Brasil e batem recordes de audiência todos os anos em diversas emissoras. A vida corrida que afastou as pessoas das fofocas com os vizinhos, aproximou as pessoas das televisões para espiar a vida alheia. E tem para todos os gostos: Big Brother Brasil, A Fazenda, Supernanny, Profissão Repórter, Lata Velha, SOS Casamento, entre muitos outros. Mas, qual a diferença entre eles? Segundo Perez, há três tipos de realities: os de confinamento e competição, como A Fazenda, os de transformação e superação, como o Supernanny e os de reportagem, como o Profissão Repórter.
O que não é diferente nestes programas e que é a fórmula do sucesso, segundo o diretor, é a identificação do telespectador com o personagem. O programa deve ser como uma novela, em que existe o “mocinho” e o vilão. “O que faz as pessoas quererem acompanhar é porque se identificaram com os personagens, tem que ser pessoas comuns”, conta Ricardo.
Além disso, ele abordou os desafios da produção, desde coisas simples como a iluminação do local até grandes imprevistos. Um bom exemplo são os participantes que não agem como o esperado, como no último BBB, em que o apresentador Pedro Bial se mostrou incomodado com alguns participantes que não se destacavam na casa.
Alunos de Rádio, TV e Internet, Jornalismo e Publicidade e Propaganda conseguiram nesta palestra, tirar dúvidas e enxergar uma nova possibilidade na carreira. “Eu achei que envolve minha área, gostei mais da parte de planejamento do Reality show, da estrutura que tem que se fazer”, conta Vinicius Araujo Labonia Reis, aluno do 3º semestre de Rádio, TV e Internet.
Segundo o Professor Mestre Bruno Tavares, esta palestra foi de grande importância para os futuros comunicólogos. “A gente vive assistindo realities em todos os canais. Foi bom conhecer um pouco dos bastidores, o quanto esta indústria movimenta e saber que tem muito mercado para futuros profissionais. Se o mundo todo está exportando este formato, temos que aprender a trabalhar com ele e entender como entrar neste meio”, afirma o professor.
Após a palestra, Perez deu uma entrevista exclusiva ao Radar Jornalístico. Confira:
Radar Jornalístico: O que você acha que precisa melhorar nos nossos realities?
Ricardo Perez: Eu acho que precisa melhorar a nossa capacidade de produção ou de fazer arte de um modo geral, acreditando que isso possa ser um ingrediente para que o público de casa aprenda alguma coisa. Você tem que passar uma mensagem. Eu me orgulho de ter feito o Supernanny e trabalhar com profissionais que não são atores. Era uma educadora e hoje é uma terapeuta de casais, ambas dão boas dicas e isso reflete num relacionamento e no modo como você trata seu filho. É fácil você dar audiência chutando o “pau da barraca”.
RJ: Por que você acha que chegou tão rápido ao cargo diretor? O que te faz ser diferente e capaz?
RP: É tão difícil falar isso. Eu acho que é a minha capacidade de liderança e o fato de eu ser uma pessoa extremamente criativa. Eu nunca parei de estudar. O ano passado eu já dirigia o Supernanny e poderia estar acomodado, mas eu pedi férias de 35 dias no SBT e consegui estudar cinema na New York Film Academy.
RJ: O que você vai levar desta noite?
RP: Se eu pudesse faria isso sempre. Eu adoro falar com esse pessoal. Eu aprendo em estar junto com gente nova que está ralando para entrar neste mercado que é difícil. Quero entender como é a universidade hoje. Eu me formei já faz 12 anos, estou velho (risos).
RJ: Quais são os seus objetivos daqui pra frente?
RP: Vou fazer um curta no semestre que vem com uma atriz amiga minha. Quero dirigir teatro também, porque eu sou ator. Eu tenho uma paixão por dramaturgia que eu não consegui seguir porque a história da minha carreira foi outra. Mas ainda vou fazer.


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