Acompanhe o processo de popularização do rugby no país, esporte que pretende conquistar de vez o público nacional
Por Mariana Barbosa e Adriano Henrique
É de senso comum que “o Brasil é o país do futebol”, mas há quem esteja trabalhando – e muito – para mudar essa realidade. Desde o último ano, diversas ações estão sendo realizadas para promover o rugby, esporte até então desconhecido de grande parte dos brasileiros no país. Embora muitas pessoas ainda não conheçam o esporte profundamente, é inegável que ele já está na boca do povo.
O rugby é um esporte surgido em meados de 1820, na Inglaterra, e que se tornou extremamente popular em países como a Europa e a Austrália, sendo difundido ao redor do mundo ainda no século XIX, quando chegou ao Brasil. Apesar de extremamente popular em outras nações (inclusive vizinhas ao Brasil, como a Argentina e o Chile), quase dois séculos depois de ter sido criado, o rugby vem se consolidando no mundo, inclusive no Brasil.
Segundo Rodrigo Figliolini, especialista que escreve para o site Rugby Spirit, a CBRu (Confederação Brasileira de Rugby) vem realizando um importante e eficiente trabalho em relação à divulgação do esporte no país. “Através de ações sociais, projetos de marketing e clínicas, eles têm atraído mais gente para o rugby. Acredito que ainda seja cedo para dizer que o Brasil está entre as melhores seleções do mundo, como Austrália, Nova Zelândia, Inglaterra e África do Sul, mas estamos no caminho certo, porque já estamos batendo de frente com Argentina, Chile e Uruguai, as principais seleções nas Américas. Já conseguimos vencer a Argentina e o Chile no último sul-americano, assegurando a vaga para o Pan”, afirma.
Entre as ações de marketing citadas pelo especialista, pode-se destacar uma série de comerciais veiculados pela Topper, uma das principais empresas de equipamentos esportivos e patrocinadora oficial da Seleção Brasileira de Rugby, com o slogan “Isso ainda vai ser grande no Brasil”. Na opinião de Figliolini, tais propagandas aproximaram o grande público do esporte, o tornando mais consciente de sua realidade. “Com a linguagem cômica bem trabalhada, levantaram importantes fatores nos nossos principais duelos e desafios. Para mim, agora o próximo passo seria passar jogos de rugby em bares onde só se veicula futebol, pois vejo o público do rugby pouco restrito a pessoas que jogam, seus parentes e amigos. Legal seria levar o esporte a pessoas que nunca ouviram falar dele nem conhecem alguém que jogue”, comenta.
Mas ao que tudo indica, essa realidade logo irá mudar. O rugby, que foi excluído das Olimpíadas em 1924, retornará aos Jogos em 2016, o que, de acordo com Figliolini, será uma boa oportunidade para que a CBRu aproveite o apoio do Comitê Olímpico Brasileiro para incrementar suas ações. “Com a edição de 2016 no Rio, várias campanhas já foram iniciadas visando o evento. Minha única preocupação é que esse movimento não continue após 2016, mas ainda é cedo para se preocupar com isso”, completa.
Ainda segundo as observações do especialista, para que o Brasil seja inserido no alto escalão do esporte, sendo tido como referência mundial, só depende dos esforços da Confederação em criar uma infraestrutura favorável a isso. “É necessário treinar jogadores de ponta, desenvolver uma seleção com um quórum capaz de manter o padrão de jogo alto, e um campeonato local com mais de dez equipes. Na Austrália, por exemplo, o rugby é uma paixão nacional: muitas escolas o tem como disciplina, muitos clubes incentivam a prática e o Parque Olímpico de Sydney oferece uma estrutura impecável para a prática do esporte. Ainda estamos atrás disso. Mas, a médio prazo, acho possível que consigamos incomodar estes grandes times, se mantivermos um crescimento firme e consciente como temos hoje”, conclui.
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