Editorial: Saúde e Bem-estar
A responsabilidade pode passar para as mãos
masculinas. Pesquisadores americanos anunciaram a descoberta de uma substância
que inibe a produção de espermatozoides, controlando a fertilidade dos homens. O
composto foi testado em camundongos machos, que ficaram estéreis, mas não
apresentaram qualquer disfunção no desempenho sexual, no comportamento ou nas taxas
de testosterona durante ou depois do tratamento.
Mesmo em teste, as vantagens da possível pílula
deslumbraram homens há algum tempo. Seria o fim das gestações indesejadas; o
ápice das relações casuais sem preocupações? Seria realmente o início dos
tempos modernos?
Podemos afirmar que tal método não será bem
recebido pelos homens, já que em camundongos, notou-se a diminuição de cerca de
15 a 50% do tamanho dos testículos. Apesar de não ser um órgão fundamental, faz
parte do sistema reprodutor, é responsável pela produção dos hormônios masculinos
e fonte de prazer quando estimulado. Além disso, a produção de espermatozoides
não diminui totalmente e assim como o preservativo, a eficácia não é de 100%.
O medo em lidar com o novo método
contraceptivo masculino também está entre as mulheres. Ao utilizá-lo, a
camisinha seria dispensada pelos homens, e então, deixaríamos de nos preocupar
com a gravidez e passaríamos a temer o contágio por doenças sexualmente
transmissíveis. Seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.
O nível de confiabilidade que as mulheres têm
em transmitir a responsabilidade de prevenir-se aos parceiros é extremamente
baixo, já que parecem ter a masculinidade afetada quando o assunto é cuidar da
própria saúde. É por isso que a vasectomia continua sendo o método que mais
agrada eles e elas.
A preferência por métodos já conhecidos, com
eficácia comprovada e efeitos pequenos permanecerá mesmo com o surgimento da
nova pílula. A ciência segue avançando e a distinção humana do que é mais
benéfico, até que lhe prove o contrário, também.
Por Daniela Simião
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