Tempos modernos

segunda-feira, 3 de setembro de 2012



Editorial: Saúde e Bem-estar

A responsabilidade pode passar para as mãos masculinas. Pesquisadores americanos anunciaram a descoberta de uma substância que inibe a produção de espermatozoides, controlando a fertilidade dos homens. O composto foi testado em camundongos machos, que ficaram estéreis, mas não apresentaram qualquer disfunção no desempenho sexual, no comportamento ou nas taxas de testosterona durante ou depois do tratamento.

Mesmo em teste, as vantagens da possível pílula deslumbraram homens há algum tempo. Seria o fim das gestações indesejadas; o ápice das relações casuais sem preocupações? Seria realmente o início dos tempos modernos?

Podemos afirmar que tal método não será bem recebido pelos homens, já que em camundongos, notou-se a diminuição de cerca de 15 a 50% do tamanho dos testículos. Apesar de não ser um órgão fundamental, faz parte do sistema reprodutor, é responsável pela produção dos hormônios masculinos e fonte de prazer quando estimulado. Além disso, a produção de espermatozoides não diminui totalmente e assim como o preservativo, a eficácia não é de 100%.

O medo em lidar com o novo método contraceptivo masculino também está entre as mulheres. Ao utilizá-lo, a camisinha seria dispensada pelos homens, e então, deixaríamos de nos preocupar com a gravidez e passaríamos a temer o contágio por doenças sexualmente transmissíveis. Seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia.

O nível de confiabilidade que as mulheres têm em transmitir a responsabilidade de prevenir-se aos parceiros é extremamente baixo, já que parecem ter a masculinidade afetada quando o assunto é cuidar da própria saúde. É por isso que a vasectomia continua sendo o método que mais agrada eles e elas.

A preferência por métodos já conhecidos, com eficácia comprovada e efeitos pequenos permanecerá mesmo com o surgimento da nova pílula. A ciência segue avançando e a distinção humana do que é mais benéfico, até que lhe prove o contrário, também.

Por Daniela Simião

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