Por Henrique Santiago e Kaíque Ferreira
Tiago Geraldo do
Nascimento, mais conhecido como Tiago Ortaet, tem 28 anos, mora em São Paulo e
é amante da arte. A carreira dele iniciou-se logo cedo, ainda no colégio. Aos
10 anos, ele já havia feito dezenas de cursos em diferentes linguagens da arte.
Ortaet carrega uma bagagem cultural com atribuições, participando de palestras
e congressos internacionais na África e na Hungria e a competência intelectual,
atribuída em um curso de pós-graduação em Linguagens da Arte pela USP
(Universidade de São Paulo) e a sua vasta formação. Poeta, ator, coordenador
pedagógico em projeto social e pesquisador das relações artísticas em espaços
formais e não formais na educação, Ortaet também ministra aulas nas redes
públicas estadual e Municipal de ensino de São Paulo.
Engajado
nas artes, ele é deveras crítico de todos os signos artísticos vigentes e
contempla os mínimos detalhes ao olho despercebido. “Uma cidade cosmopolita como São Paulo é por natureza um palco a céu
aberto, em potencial uma cidade onde coexistir é a palavra de ordem; afinal
temos artistas engajados, arte itinerante de todas as linguagens, do repente ao
rap, do teatro às intervenções; mas não é assim que as autoridades enxergam.”
A
arte é uma das veias propulsoras do organismo de Ortaet. Ele encontra, reflete,
discute, vive, enxerga, respira e sente diversas peculiaridades que o meio lhe
permite. Já hostilizado uma vez, Ortaet não deixa a sua autoestima ou a semente
do seu espírito cair ou despencar por uma visão conturbada de parte da sociedade.
“Em 2009, numa situação no metrô
Tucuruvi estávamos realizando uma performance
teatral intitulada 'Ecos' sobre os maus tratos às crianças. Na ocasião, 25
alunos e eu caminhávamos na calçada da estação mascarados, com tochas e carregando
um caixão. Imediatamente os seguranças do metrô agiram truculentos, disseram
que não podíamos ficar ali. Afinal, a rua é pública ou não é? Não estávamos
parando o trânsito nem agindo de forma agressiva, apenas encenando. Semana seguinte levei uma outra turma com
mais de 30 jovens para realizarmos a 'Campanha de Vacinação Contra o Mau Humor
Dentro do Metrô'. Disse que chamaria a polícia caso algum de meus jovens fosse
hostilizado, pois todos ali pagaram a passagem do metrô como qualquer outra
pessoa.”
Ortaet é fundador de um coletivo de artes, cujo foco
principal é o de ensinar a arte teatral para não-atores, pessoas comuns que
experimentam a linguagem cênica e tem suas vidas transformadas por essa
relação. “A rua é o nosso palco estendido”, afirma.
Atualmente, ele ensina aos seus alunos os preceitos
dos seus conhecimentos e não os limita apenas entre quatros paredes, como
também os leva para fazerem gravações de curtas-metragens em praças, feiras livres
e ruas do bairro. Para Ortaet, o conhecimento deve ser absorvido com essas
atividades, que extrapolam os muros, que ensinam os alunos a fazerem castelos
com cinco ou seis retas e cria um cidadão mais contemplador e menos pragmático.
O poeta da vida e apaixonado pela missão de educar
encontra no filho e no casamento a válvula propulsora da criatividade. Pai do
menino Otávio e casado com a jornalista Vanessa Monteiro, Ortaet faz de sua
existência um grande espetáculo artístico, no qual quando as cortinas se abrem,
seu objetivo é fazer da plateia um grupo de pessoas beneficiadas com os sublimes
encantos da arte.
3 comentários:
Parabéns pelo texto!
Olá Henrique e Kaique, parabéns pelo faro jornalístico e principalmente pela condução editorial da matéria, achei extremamente sensível a matéria, tem de fsto, viés artístico, pois para falar de arte e cultura é preciso mesmo um olhar apurado, mente aberta.
Agradeço as palavras e quero retribuir a sociedade que me fez educador com a arte de viver conhecendo pessoas do bem como vocês!!!
Estão convidados a conhecerem a TrupeOrtaética.
Saudações culturais ao Efrain e toda equipe. Indicarei o RADAR aos meus alunos!
Alehop!!!
Tiago Ortaet
Obrigado Tiago.
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