“Eu passei pelas piores dificuldades que você pode imaginar”

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Paulo de Souza Lima nos conta com muita emoção como superou os problemas e o caminho que seguiu após passar por tantos sacrifícios


Por Daniele Motta

Apesar de ter passado por várias dificuldades,
Paulo ainda carrega sorrisos e muita história para
contar. (Por Déborah Aranhos)


Assessor de comunicação da Subprefeitura de Ermelino Matarazzo há seis anos, Paulo tem 59 anos e uma história de superação que inspira qualquer um. Em 1981, Paulo e seu irmão Pedro tinham uma rede com seis bancas de jornal que ficava no centro velho da cidade. Ele cuidava da parte comercial e Pedro administrava o negócio, que durou entre oito e nove anos, até que em 1989, Pedro faleceu de derrame cerebral. “Para mim, ele era um suicida. Fumava quatro maços de cigarro e tomava um litro de uísque por dia! Mas era muito trabalhador, tinha um coração grande, era muito esforçado, mas tinha o vício do cigarro e da bebida. Ele faleceu e a minha vida virou de pernas para o ar, eu não sabia administrar nada, só sabia trazer o dinheiro para ele aplicar”, diz Paulo. “Contudo, em 1990, o Adolfo Quintas, o Cássio e outros seis amigos me convidaram para entrar no projeto de uma construtora, então montamos a Construset”, conta Lima muito emocionado ao tocar no assunto.

A empresa de construção chegou a ter 480 funcionários, mas faliu e Paulo foi até despejado. Além disso, teve que passar por um novo despejo em meados da década de 80, período em se viu obrigado a voltar para a casa de sua mãe com a família. “Eu passei pelas piores dificuldades que você pode imaginar”, desabafa.

Paulo revela que conseguiu uma bolsa para que sua filha pudesse fazer um curso pré-vestibular, porém tinha que dar o dinheiro para que ela pudesse ir até o curso de transporte público, dinheiro esse, que ele não tinha. Então, para economizar, ele saía a pé das Palmas do Tremembé na zona norte e ia até o centro da cidade de São Paulo para trabalhar. Com o dinheiro poupado, Paulo levava para casa pão, leite e ainda dava o dinheiro para sua filha ir ao curso. “Era entre uma hora e meia e duas horas de caminhada, com sol ou chuva eu saia de casa para ganhar dinheiro”, nos conta.

Paulo e alguns colegas montaram uma rádio comunitária, a Educativa FM (92,3), que divulgava artistas que não tinham oportunidade na grande mídia. “Nós tínhamos o programa ‘Canta São Paulo’, das 20h às 00h00, todas as noites. Quem fazia a programação era o ouvinte e nós recebíamos entre 70 e 80 ligações por noite”, diz Lima. Mas a Polícia Federal os visitou e lacrou a rádio, que ficava na Avenida São Miguel.  Paulo foi a julgamento, foi condenado e teve que doar três cestas básicas para uma entidade. 

Paulo participou também da organização do Pólo Cultural da Zona Leste, que fica localizado na avenida Águia de Haia, esquina com a avenida Imperador. “Um fato que marcou muito foi que o Governo do Estado queria construir um cadeião onde hoje ficam a FATEC e o Pólo Cultural. Nós conversamos com o Governador Mário Covas e ele falou que se provássemos que ele estava errado, voltaria atrás na decisão. Nós envolvemos várias pessoas e fomos para a rua protestar e o Governador Mário Covas decidiu construir a FATEC em vez do cadeião. Essa foi uma das maiores vitórias do movimento cultural da Zona Leste”, orgulha-se Lima por ter participado da conquista da primeira FATEC da região, que hoje também conta com a ETEC. 

Em 2005, Adolfo Quintas, parceiro de Lima desde a construtora se candidatou a Vereador de São Paulo e foi eleito, e em eventos políticos Paulo conheceu José Serra, que na época era senador e mais tarde seria eleito prefeito de São Paulo. “Ele me convidou a ocupar um cargo na Subprefeitura Ermelino Matarazzo. Ele já me conhecia em menções políticas, nas áreas culturais e sociais e eu acabei sendo nomeado como Assessor de Comunicação da Subprefeitura.” 

Aos 59 anos, Paulo se formou em Direito. “Eu consegui bolsa integral no curso de Direito na Uninove, após ganhar uma aposta com o meu filho. Como eu trabalhava na Subprefeitura, conseguiria pagar a mensalidade dele. Então, fui estudar. Era gratuito só ia gastar com transporte. Aos 59 anos, eu consegui me formar.” Hoje, o projeto de Lima é passar em um concurso público e desbravar novos desafios.

5 comentários:

Anônimo disse...

Vc é um cara de carater mesmo,não é qualquer um que faria isso...parabéns

Anônimo disse...

Parabéns Paulo,força sempre

Anônimo disse...

Vida é isso mesmo tem que se guerreiro

Anônimo disse...

val: - voce nasceu para ser vitorioso,por tudo que passou e conquistou o mérito e todo seu.
Parabens!

Anônimo disse...

Isso é ser homem de verdade..

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