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Na capa, o vocalista do Green Day, Billie Joe Armstrong.
(Divulgação)
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Crítica: CD
Não sou muito velho e nem muito jovem, mas como um senhor de
32 anos, eu venho de um tempo em que pop e punk não se misturavam, eram coisas
completamente distintas e havia de certa
forma até um ódio entre os estilos, partindo, evidentemente, mais dos punks é
claro.
Porém o Green Day,
com seu som, fez esses opostos se aproximarem e inovaram com mais uma tendência
do rock.
"Uno!", "Dos!" e "Tré!" são os
discos que formam a trilogia com a qual a banda de punk rock Green Day retorna
ao mercado, sendo que o primeiro deles será lançado nesta terça-feira (25/09/12)
com um marcado estilo "power pop".
Particularmente, não vi nada de atrativo ouvindo esse novo
trabalho dos caras, senão as mesmas canções bem “feijão com arroz” que eles fizeram
nos últimos álbuns. As canções soam como hinos de uma juventude século XXI, que
procura causas para abraçarem, sem saÍrem de suas seguras posições sociais.
“Uno!”, consegue transmitir de maneira sublime e
eficaz toda a energia e essência da banda, através de melodias rápidas e
com tudo o que o Green Day sabe fazer de melhor: letras revoltadas, canções que
ficam na cabeça e faixas bem executadas que agradam a molecada. É um trabalho
ambicioso, conceitual, como requer uma trilogia, embora sejam nítidas as
preocupações da banda em não soar pretensiosa, mas sim experiente. Traz ainda
as características que tornaram a banda uma das maiores do showbizz: músicas
simples e diretas, com refrões fáceis.
"Oh love" é o primeiro single de "Uno!",
composto por 12 canções. Já foi lançado também o seu videoclipe, que foi
dirigido por Samuel Bayer, com quem a banda já trabalhou.
O disco abre com a pancada “Nuclear Family”, realçando toda
potência do “power trio”. A música traz à tona a coragem que existe no espírito
punk, ao conhecimento da galera mais nova.
Destaque também para “Kill the Dj”, que tem uma levada meio
“funkeada”, com ritmo e riffs de
guitarra marcantes.
Segundo o baixista Mike Dirnt, em entrevista esta semana, o
primeiro álbum se movimenta dentro do “power pop”.
Quem imaginaria que o trio formado por Billie Joe Armstrong,
Mike Dirnt e Tre Cool, formado em 1987, com uma receita de som que parecia não ir
muito longe em meados dos anos 90, chegaria ao 9º álbum? Quem imaginaria que em
uma época dominada por ‘downloads’ e mp3 players, o grupo ainda seria um dos
poucos capazes de vender milhões de cópias? O Green Day é assim, sempre
surpreendente.
São mais de dez anos de estrada e um amadurecimento que vem
ficando evidente a cada lançamento, fazendo com que o grupo permaneça nas
paradas do mundo todo. Nesse trabalho a banda continua focando no mesmo público
de sempre: jovens modernos rebeldes sem causa.
Por Joaz Nunes